Ciclo de conversas “O Livro da Terra” propõe falar sobre a escrita do tempo

"Contar no presente os livros da terra" é o tema da primeira sessão que se realiza a 10 de março na FLUC.

09 março, 2016≈ 4 mins de leitura

Arqueólogos, jornalistas, escritores, alunos e todos os interessados pelo passado são convidados a falar sobre a “escrita do tempo”. A premissa está lançada e dá origem ao ciclo de conversas “Livro da Terra”, organizado pelo Centro de Estudos de Arqueologia, Artes e Ciências do Património (CEAACP) da Universidade de Coimbra.

“Partimos do princípio muito básico de que a terra é um enorme contentor de informação”, desvenda Conceição Lopes, coordenadora do CEAACP. “O que queremos tentar dizer às pessoas é que há uma terra que tem histórias, que essas histórias são múltiplas, podem ser contadas por várias pessoas, de várias maneiras, e são todas interessantes”, refere a coordenadora. Acrescenta ainda que “o que é importante é que todos nos dispunhamos a contá-las e a ouvi-las independentemente dos meios que tivermos”.

a terra é um enorme contentor de informação

A primeira conversa do ciclo acontece no dia 10 de março, pelas 10h30, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, e vai contar com as intervenções de Alexandra Lucas Coelho (jornalista e escritora) e de Cláudio Torres (Fundador e Diretor do Campo Arqueológico de Mértola e Prémio Pessoa 1991). “Vamos pô-los em confronto: um jornalista, que diz aquilo que vê e aquilo que lê de outros, com aquele que diretamente tira da terra”, avança Conceição Lopes. Para a coordenadora, o objetivo passa por produzir conhecimento e que esse mesmo conhecimento possa “servir para o desenvolvimento das comunidades”.

O segundo evento do ciclo realiza-se de 12 a 30 de abril e denomina-se “O chão escutado e leituras da Terra”, e vai decorrer no Criptopórtico do Museu Nacional Machado de Castro. Trata-se de uma instalação e exposição, “Museu Vivo”, onde se vão contar histórias de objetos vindos de vários sítios arqueológicos recorrendo a meios audiovisuais. Sobre este momento, Conceição Lopes adianta que “ao mesmo tempo que estamos a visitar um edifício, estamos na terra e estamos a trazer sons da terra, estamos a escutar o chão a partir de uma nova abordagem”.

O terceiro, e último momento do ciclo, acontece nos dias 19 a 22 de abril no Teatro Paulo Quintela – FLUC e denomina-se “Kani Shae – uma escrita do tempo”. Através das novas tecnologias, como reconstituições em 3D, vai ser possível, por exemplo, ver a escavação que foi feita na Síria pelos arqueólogos da UC. “De uma forma contemporânea, utilizamos aquilo que as tecnologias nos permitem para fazermos a leitura dessa terra, para escutarmos o chão”, afirma a coordenadora do CEAACP.

 

 

Pode conhecer toda a programação da 18ª Semana Cultural em uc.pt/semanacultural e ainda através do facebook, aqui.

 

(notícia atualizada a 04/04/2016)

Partilhe