Docente da Universidade de Coimbra faz relatórios diários com predições da evolução da Covid-19 em Portugal

24 março, 2020≈ 4 mins de leitura

Curiosidade pessoal foi o que levou Pedro Cerqueira, professor auxiliar da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC) e membro do CeBER, a dedicar-se a analisar a evolução do novo coronavírus no nosso país. Paralelamente às aulas, que vai dando virtualmente, o docente confessa que pensou: “porque não tentar ver alguma coisa e utilizar as ferramentas que utilizo no dia à dia para contribuir?”.

E é isso que tem feito. Todos os dias, tendo em conta as informações lançadas pela Direção Geral de Saúde (DGS), analisa os dados e elabora uma predição para o dia seguinte. Esse trabalho é diariamente publicado na página uc.pt/feuc/pac/COVID19

Por exemplo, no dia de hoje, 24 de março, Pedro Cerqueira refere no seu relatório que os casos (302) “são melhores do que as previsões de ontem que apontavam para 515, e muito melhor do que qualquer previsão dos dias anteriores feita para o dia de hoje. Além disso este novo número de casos é inferior ao dos último dois dias”. O investigador adianta ainda que “as estimações são muito melhores, voltamos a recuar o pico de novos casos para o início de abril”, mas alerta que “basta um dia melhor/pior para o pico de novos casos deslizar durante o mês de abril”.

 

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Novos casos – 24 março (Fonte: https://www.uc.pt/feuc/pac/COVID19)

 

O objetivo é também “tentar dizer às pessoas: tenham calma, isto é mau mas há luz no fim do túnel e podemos estar com uma inversão da tendência em meados de abril”. Ainda assim destaca que tal não significa que termine nessa altura e que é necessário não reduzir as medidas. “O problema que vamos ter a seguir, a partir do dia em que a tendência começar a descer, é tomar as medidas para que desça para zero e para que não haja uma segunda vaga”.

Pedro Cerqueira denota ainda que as projeções servem para “saber se estamos numa trajetória em que haja um pico ou não haja um pico, e se as medidas que estão a ser tomadas são suficientes ou se é necessário apertar as medidas”. “Claro que estas medidas, com o percurso da doença, só têm um efeito prático 3 ou 4 dias depois”, finaliza.

 

 

Acompanhe o trabalho de Pedro Cerqueira aqui e conheça também as predições para dia 25 de março.

 

F.Fernandes e Milene Santos
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