Estudo liderado pela UC desenvolve modelo que visa novos tratamentos para o cancro

O estudo sobre o modelo computacional quantitativo foi publicado na PLOS Computational Biology

12 agosto, 2015≈ 4 mins de leitura

© UC | Ana Zayara

Estudo sobre vasos sanguíneos dá origem a novas formas de tratamento de doenças como o cancro. Na Universidade de Coimbra está a ser desenvolvido um modelo computacional quantitativo que estuda métodos para controlar o crescimento dos vasos sanguíneos de forma a monitorar o aumento de tumores. O projeto internacional é liderado por Rui Travasso, investigador do Departamento de Física da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).

A equipa de investigadores que integrou a parte biológica com a parte física num modelo computacional analisou o crescimento de novos vasos sanguíneos e sua regulação, uma vez que entender esses mecanismos são essenciais para o controle do crescimento tumoral. “No nosso modelo computacional, temos um conjunto de células e nós vamos simular o movimento dessas células na direção do gradiente das proteínas que um tumor produz. Mas não é só isso. Vamos simular as forças que as células exercem num tecido e como elas respondem a essas forças”, explica o investigador.

O modelo está a mostrar a importância da tensão mecânica na proliferação das células dos vasos sanguíneos

O facto das células estarem sob tensão faz aumentar a sua reprodução. “O modelo está a mostrar a importância da tensão mecânica na proliferação das células dos vasos sanguíneos”, salienta Rui Travasso. O investigador adianta que permite ainda perceber os fatores que levam ao crescimento dos vasos sanguíneos. O objetivo é controlar o seu desenvolvimento, “modificando propriedades mecânicas no tecido ou modificando a capacidade que as células têm de se aderir umas às outras”, afirma o responsável.

Rui Travasso sublinha que, por “a UC ser o principal centro de super-computação de Portugal”, o projeto “beneficiou imenso do acesso aos maiores super-computadores” do país, que estão alojados no Departamento de Física. O estudo foi publicado na PLOS Computational Biology, considerada uma das principais revistas sobre biologia computacional e pode ser encontrado aqui. Sobre a publicação do artigo, Rui Travasso conclui que “é um reconhecimento da qualidade do trabalho que é realizado”.

O projeto está sediado na UC e conta com investigadores da Faculdade de Medicina (FMUC) e do Departamento de Física. O projeto interdisciplinar internacional conta ainda com o apoio das Universidades de Granada, a Universidade Nacional Autónoma do México e a Universidade de Barcelona, e foi financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.

 

 

Reportagem realizada por Ana Zayara e Thaíssa Neves, estagiárias Projeto Imagem, Media e Comunicação da Universidade de Coimbra.

Partilhe