Instituto Multidisciplinar do Envelhecimento recebe financiamento de 15 milhões de euros da Comissão Europeia

A Universidade de Coimbra assume a liderança científica do projeto.

02 abril, 2019≈ 4 mins de leitura

“É um dia muito feliz para a região, para a cidade e para a universidade”, enalteceu o Reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão, durante a apresentação do projeto do Instituto Multidisciplinar do Envelhecimento (MIA-Portugal), aprovado pela Comissão Europeia com um financiamento de 15 milhões de euros. É uma “vitória com muito mérito”, acrescenta ainda o Reitor, salientando que a aprovação do projeto é resultado de muita resiliência e trabalho de equipa.

O MIA Portugal pretende assumir-se como o primeiro centro de investigação de excelência na área do envelhecimento ativo e saudável na Europa do Sul e junta as forças da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), da Universidade de Coimbra (UC), do Instituto Pedro Nunes (IPN), da Universidade de Newcastle (Reino Unido) e do Centro Médico Universitário de Groningen (Holanda).

Os 15 milhões, angariados no âmbito do Horizonte 2020, vão ser aplicados na contratação de investigadores, o que significa que vão ser criadas cerca de oito novas equipas para além daquelas que já estão a desenvolver trabalho na área. O MIA, que no total envolve um investimento total de 50 milhões de euros, vai permitir a construção, no Polo III da Universidade de Coimbra, de um edifício (Edifício do Biomed) onde vão trabalhar em conjunto as equipas de investigação e que será equipado com laboratórios e um biotério.

Para a Presidente da CCDRC, Ana Abrunhosa, esta é uma oportunidade de “fazer algo extraordinário e de nível internacional”. A dirigente não deixa ainda de destacar que se tratou de um concurso “muito competitivo” onde, depois de várias fases, a candidatura foi aprovada graças, também, ao facto da Região Centro ser “uma região de referência” no que respeita ao tema do envelhecimento ativo. Trata-se de um projeto que “vai desde a academia até ao investimento”, refere também Ana Abrunhosa.

O MIA pretende fomentar novas práticas de empreendedorismo ao oferecer novas oportunidades de negócios à região, criar postos de trabalho altamente qualificados e estimular a economia. Neste ponto a parceria com o Instituto Pedro Nunes assume especial importância. “Somos o parceiro natural”, realça Teresa Mendes, diretora do IPN, precisamente pela “componente de comercializar resultados”.

Num tempo em que se vive a “armadilha do envelhecimento” com a esperança média de vida a aumentar, a idade é um fator de risco. Por isso, para o coordenador científico do MIA, Rodrigo Cunha, o objetivo é “aumentar a qualidade de vida enquanto envelhecemos”. É necessário “perceber o que acontece ao nível biológico e como retardar esse processo”, explica o docente da Faculdade de Medicina. A investigação do centro pretende dar resposta a esses desafios, não esquecendo o trabalho já feito pelo consórcio Ageing@Coimbra e o facto de Coimbra possuir as “melhores instituições ligadas à saúde”.

Tal como o próprio nome indica, o Instituto Multidisciplinar do Envelhecimento quer juntar várias disciplinas em torno do mesmo objetivo: o envelhecimento ativo e saudável. É um “projeto âncora na área da saúde mas terá um caráter interdisciplinar”, frisa o Reitor da UC. Recorde-se que a saúde é uma das áreas estratégicas da Universidade de Coimbra, definida pelo próprio Conselho Geral.

 

François Fernandes e Milene Santos
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