Investigadores da UC integram equipa que desenvolveu ventilador de emergência para cuidados intensivos “low-cost”

Equipa do Project Open Air é composta por voluntários portugueses onde se incluem vários investigadores da Universidade de Coimbra e está a desenvolver outros projetos semelhantes.

03 abril, 2020≈ 3 mins de leitura

© UC | Marta Costa

São voluntários, todos portugueses e de várias instituições, que se juntaram e desenvolveram um ventilador de emergência para cuidados intensivos com materiais e componentes industriais comuns. Investigadores da Universidade de Coimbra (UC) fazem parte da equipa que apresenta agora um ventilador, em fase de prova de conceito, que está disponível em código aberto e tem um valor de produção inferior ao padrão, garantem.

A equipa junta, no mesmo projeto, médicos e engenheiros com o objetivo comum de produção de um ventilador de emergência de baixo custo. E tudo começou por tentar “perceber mutuamente quais as dificuldades e requisitos e [primeiro] procurar algo aceitável clinicamente numa emergência e simples de implementar”, explica Paulo Fonte.

“Não é um dispositivo médico”, alerta o investigador do Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP) e do Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde da Universidade de Coimbra (ICNAS). Paulo Fonte acrescenta que o ventilador de emergência desenvolvido pela equipa “é feito com componentes industriais e que terá sempre de ser visto como algo de último recurso”.

A vantagem? “Os componentes técnicos são muito comuns” e dada a sua simplicidade, pode ser construído de forma “rápida e em quantidade” e com um valor abaixo do padrão de mercado de um ventilador médico. Em pouco tempo é possível construir milhares de exemplares, afirma o investigador do LIP.

prova de conceito ventilador openair MC2020

Pormenor da Prova de Conceito do Ventilador do Project Open Air no LIP|UC. Foto: UC | Marta Costa

Paulo Fonte é um dos membros da equipa multidisciplinar que trabalhou neste projeto dentro do Project Open Air. A equipa integra, para além do LIP e ICNAS, a Faculdade de Ciências e Tecnologia da NOVA, a NOVA Medical School, a Harvard University e ainda “dois engenheiros portugueses que trabalham para equipas de Fórmula 1”, refere nota do projeto.

Em fase de prova de conceito, os ventiladores de emergência para cuidados intensivos apresentados têm agora o desenho em domínio público, o que significa, de acordo com Paulo Fonte, “qualquer um no mundo pode utilizar sem qualquer restrição”.

Marta Costa
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