Jardim Botânico reabre as portas após tempestade

Mata continua fechada para já, mas direção do JBUC está confiante que a abertura está para breve.

02 novembro, 2018≈ 3 mins de leitura

Devolver o Jardim Botânico à cidade. Pouco mais de duas semanas após a tempestade tropical Leslie ter atravessado a zona centro, provocando prejuízos em vários pontos da cidade, abrir o Jardim Botânico da Universidade de Coimbra (JBUC) em segurança era um dos objetivos e foi cumprido hoje, 2 de novembro.

Após uma primeira avaliação, “a remoção de material, abate e podas” foi o trabalho principal realizado no JBUC, explica o diretor, António Gouveia. Árvores centenárias que tiveram a necessidade de trabalhos especializados cujo grande investimento “foi de varrimento” e depois todo o trabalho de remoção do material. Depois, há “questões de recuperação e restauro do património destruído”, continua o responsável. “Sendo um jardim histórico, há uma série de procedimentos a cumprir”, refere António Gouveia.

A figueira estranguladora, um dos ícones do JBUC, foi das mais afetadas pela tempestade. No entanto, António Gouveia confia na natureza. “São plantas com bastante capacidade de regeneração. Demos-lhe todas as condições para crescer da forma mais saudável e viçosa possível”, conta. “A planta está bastante diferente daquilo que as pessoas conheciam, mas é esperar que o tempo recupere também essas feridas e, se calhar, daqui a meia dúzia de anos, muito pouca gente se vai lembrar de como era e vai deliciar-se como está”, continua. Também o quadrado central sofreu algumas alterações estruturais. Olhando para a frente, “uma das grandes tarefas que vamos ter agora é replantar, introduzir espécies, cuidar do que é a diversidade da coleção”.

Entrada da mata fechada nov2018 MC

“Também temos de pensar que, para além da questão da coleção científica, com interesse de investigação e educativo, também tem um caráter ornamental e paisagístico, como é o caso do quadrado central, que as pessoas reconhecem, também pela sua exuberância. Esses espaços têm de ser repensados do ponto de vista paisagístico”, sublinha o diretor do JBUC. Os custos podem chegar aos 500 mil euros.

Apesar de aberto, o jardim têm algumas zonas com limitações de acesso, adianta ainda o responsável. Um pouco por todo o lado, é possível ver sinalética informativa e em zonas que podem ter insegurança e instabilidade estão ainda vedadas. “O que nós pedimos é que as pessoas desfrutem e acompanhem o processo de recuperação [do jardim], mas que o façam com alguns cuidados”, conclui António Gouveia.

Marta Costa
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