Projeto internacional para promover igualdade de género na academia apresentado na UC

Dados do relatório preliminar do projeto SUPERA foram revelados na Sala do Senado.

05 novembro, 2018≈ 3 mins de leitura

© UC | Marta Costa

Numa altura em que “as políticas adquiridas estão a ser questionadas e colocadas em causa, há emergências de discursos de ódio, não basta que haja um compromisso. É preciso criar mecanismos institucionais ao nível das políticas de igualdade”. Esta foi uma das ideias sugeridas pelo diretor executivo do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (CES/UC), João Paulo Dias, durante a apresentação do projeto SUPERA (Supporting the Promotion of Equality in Research and Academia).

“O CES é uma das instituições que se pode assumir como praticante de igualdade mas sem garantias para o futuro”, acrescentou ainda João Paulo Dias. Por essa razão, o diretor executivo afirmou a importância da promoção “de um plano para a igualdade de género no CES e na UC”. Um processo que a própria UC “está muito empenhada” em cumprir, acrescentou o vice-reitor Joaquim Ramos de Carvalho. O responsável sublinhou ainda que o “empenho institucional só demonstra a importância dada ao assunto”.

O mesmo empenho visível também nas mais altas instâncias. O objetivo de “ver uma verdadeira mudança institucional” é um desafio também assumido para a secretária de estado para a Cidadania e Igualdade, Rosa Monteiro, presente na sessão de lançamento do SUPERA.

“Um diagnóstico sobre a UC ao nível da integração da perspectiva de género está ainda a ser realizado”, explica a coordenadora do projeto SUPERA, Mónica Lopes. “No entanto, em 2016, altura da candidatura, foi realizado um diagnóstico preliminar com alguns indicadores”, conta.

A investigadora dá exemplos de alguns resultados obtidos na altura. Enquanto “a distribuição global do pessoal é equilibrada, com 51% de mulheres,” Mónica Lopes revela que há “mais homens na carreira académica, com  57% e mais mulheres na carreira técnica, com 69%”. No mesmo diagnóstico preliminar, foi possível verificar-se “que as mulheres estão sub-representados em Ciências e Tecnologia e Ciências do Desporto e sobre representadas em Psicologia e Ciências da Educação”. A coordenadora do projeto considera ainda que “existe um maior equilíbrio de género ao nível da gestão intermédia”.

 

Marta Costa e Karine Paniza
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