Projeto internacional para promover igualdade de género na academia apresentado na UC
Dados do relatório preliminar do projeto SUPERA foram revelados na Sala do Senado.
Numa altura em que “as políticas adquiridas estão a ser questionadas e colocadas em causa, há emergências de discursos de ódio, não basta que haja um compromisso. É preciso criar mecanismos institucionais ao nível das políticas de igualdade”. Esta foi uma das ideias sugeridas pelo diretor executivo do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (CES/UC), João Paulo Dias, durante a apresentação do projeto SUPERA (Supporting the Promotion of Equality in Research and Academia).
“O CES é uma das instituições que se pode assumir como praticante de igualdade mas sem garantias para o futuro”, acrescentou ainda João Paulo Dias. Por essa razão, o diretor executivo afirmou a importância da promoção “de um plano para a igualdade de género no CES e na UC”. Um processo que a própria UC “está muito empenhada” em cumprir, acrescentou o vice-reitor Joaquim Ramos de Carvalho. O responsável sublinhou ainda que o “empenho institucional só demonstra a importância dada ao assunto”.
O mesmo empenho visível também nas mais altas instâncias. O objetivo de “ver uma verdadeira mudança institucional” é um desafio também assumido para a secretária de estado para a Cidadania e Igualdade, Rosa Monteiro, presente na sessão de lançamento do SUPERA.
“Um diagnóstico sobre a UC ao nível da integração da perspectiva de género está ainda a ser realizado”, explica a coordenadora do projeto SUPERA, Mónica Lopes. “No entanto, em 2016, altura da candidatura, foi realizado um diagnóstico preliminar com alguns indicadores”, conta.
A investigadora dá exemplos de alguns resultados obtidos na altura. Enquanto “a distribuição global do pessoal é equilibrada, com 51% de mulheres,” Mónica Lopes revela que há “mais homens na carreira académica, com 57% e mais mulheres na carreira técnica, com 69%”. No mesmo diagnóstico preliminar, foi possível verificar-se “que as mulheres estão sub-representados em Ciências e Tecnologia e Ciências do Desporto e sobre representadas em Psicologia e Ciências da Educação”. A coordenadora do projeto considera ainda que “existe um maior equilíbrio de género ao nível da gestão intermédia”.