Venda da Pasta – uma tradição solidária com 82 anos

Apesar da vertente solidária de algumas edições da Queima das Fitas, a maioria dos estudantes desconhece a iniciativa que acontece há 82 anos.

04 maio, 2018≈ 3 mins de leitura

© UC | Marta Costa

De mãos dadas, é assim que alguns estudantes andaram com as meninas da Casa da Infância Doutor Elysio de Moura. Espalhados pela cidade, os grupos mantiveram uma das tradições com o caráter mais solidário da Queima das Fitas – a Venda da Pasta.

“O doutor Elysio de Moura criou a iniciativa em modo de celebração, uma faceta mais filantrópica da festa, de auxilio ao próximo”, explica o diretor da Casa da Infância Doutor Elysio de Moura, Manuel Ferro. No entanto, é com alguma tristeza que o docente da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra verifica que a iniciativa se tornou, com o passar do tempo, no “parente pobre das celebrações da Queima das Fitas”.

“Apesar da vertente social muito intensa” em algumas edições anteriores, “com a diminuição do tempo” que um estudante passa na Universidade, “um aluno chega ao final da licenciatura sem estar familiarizado com algumas das tradições académicas”, lamenta. “E a Venda da Pasta é uma delas. A maioria dos alunos hoje – eu diria mesmo cerca de 90 por cento – não sabe o que é a Venda da Pasta”, acrescenta.

“Para que a Venda das Pastas volte a ganhar a grande dimensão que já teve”, continua Manuel Ferro, e para o aumento “do envolvimento e da participação dos estudantes” era necessária uma maior “divulgação e esclarecimento”. O responsável reconhece que continua a existir, “da parte da população da cidade, um interesse muito grande” pela atividade.

Apesar de “já não haver aquela inundação de crianças a vender pastas pela cidade” como há uma década atrás, Manuel Ferro afirma que “a resposta da cidade sempre foi e ainda é muito positiva”.

 

Marta Costa e Karine Paniza
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