As memórias de Coimbra numa garrafa

Quatro cidades portuguesas foram representadas em rótulos de vinho do Porto com a assinatura de Ana Aragão

17 agosto, 2015≈ 3 mins de leitura

© DR

Coimbra foi uma das cidades escolhidas para representar o país na coleção de rótulos dos Vinhos do Porto Tawny da Casa Barros: “Barros – Cidades de Portugal”. A coleção, que também contempla Aveiro, Porto e Lisboa, cria um carimbo singular com os “elementos icónicos e distintivos de cada cidade”, pelas mãos da artista Ana Aragão. “Cada rótulo, e por conseguinte cada garrafa, é uma memória da cidade, que se pode levar e guardar”, destaca a antiga estudante da Universidade de Coimbra (UC).

a representação é, para mim, um resumo imperfeito da memória

No rótulo dedicado a Coimbra as principais marcas utilizadas por Ana Aragão foram os símbolos da vida universitária, “era imperativo incluir a Universidade e sua Torre”. Mas a ilustradora usou também alguma da sua experiência enquanto antiga estudante da UC. Por isso, no rótulo surgem ainda “alguns estudantes, cobertos com as suas capas, bem como as escadas monumentais (escadas que tantas vezes subi, quando estudava em Coimbra)”, conta. “Decidi incluir essas breves memórias de espaços que percorri, dado que a representação é, para mim, um resumo imperfeito da memória”, esclarece a artista.

Ana Aragão frequentou a unidade curricular do Curso de Doutoramento em Arquitectura no Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC. A ilustradora, que define os momentos vividos em Coimbra como “intensos e enriquecedores”, descobriu na UC a vocação para um caminho profissional mais artístico e livre. “Considero que a minha caixa de ferramentas me foi dada pela Arquitectura, mas a aplicação prática que dela faço, foca-se sobretudo na criação de espaços gráficos e mentais, em vez de físicos. Os meus desenhos são a minha arquitectura”, declara Ana Aragão.

As quatro cidades foram selecionadas pela marca para expor o património português. Nos rótulos das garrafas, Ana Aragão procurou “criar uma amálgama articulada e equilibrada, numa espécie de puzzle gráfico”. No futuro, a artista acredita que “a colecção poderá ter mais desdobramentos, incluindo ainda novas cidades”.

 

casa barros

 

Reportagem realizada por Ana Zayara e Thaíssa Neves, estagiárias Projeto Imagem, Media e Comunicação da Universidade de Coimbra.

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