Biblioteca Geral e Imprensa da UC apresentam Uma Autobiografia da Razão de Paulo Archer de Carvalho

15 junho, 2015≈ 4 mins de leitura

© UC | Marta Costa

A Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (BGUC) e a Imprensa da Universidade vão apresentar a obra «Uma Autobiografia da Razão. A matriz filosófica da historiografia da cultura de Joaquim de Carvalho» de Paulo Archer de Carvalho.

O lançamento da obra está marcado para 16 de junho, pelas 17h30, na sala de São Pedro da BGUC. A apresentação está a cargo de Fernando Catroga, catedrático recentemente jubilado pela Faculdade de Letras da UC.

 

Sinopse
«Uma autobiografia da Razão» é um estudo de significação da opera omnia de Joaquim de Carvalho (1892-1958), historiador das ideias, da cultura e da filosofia, catedrático em Coimbra e o grande animador e director (1921-1934) da Imprensa da Universidade, obra estabelecida dentro daquela grande inquietude do nosso tempo, à qual só uma resposta humanista aniquiladora da cultura sem alma “puramente técnica” e superadora do “tipo intelectual, que apenas se move no reino dos meios” se impunha. Ora, esse repto só seria perceptível se reconduzisse à via compreensiva o pensamento racional, crítico e analítico; e o incorporasse numa hermenêutica da contemporaneidade, para a qual a escola se deveria autoconstituir como aparelho privilegiado ao aprofundar, como criação paidêutica, um estilo de pensamento dialógico que reconhecesse à alteridade os mesmíssimos direitos de cidade que à ipseidade outorgava. A esta epistemologia da cultura democrática, de fuga espinosiana e leibniziana (pois não é só o de jure transcendental kantiano mas a outridade monadológica que atravessa o prisma de luz), se entregou em busca de uma clara formulação política que ele mesmo enunciou na praça pública e continuaria a repetir, por vezes na surdina epistolar, aos exaustos ouvidos epocais – matraqueados internamente pelo desumano volume das demonstrações da evidência e da evidência da força e pela salvífica pressão e repressão totalitária que incendiando a Europa, na propaganda, na proibição, na polícia, na morte, matava as expectativas da liberdade cerradas à parede pelo voluntarismo das «democracias orgânicas» völkish ou pela fantasia perfeccionista da cientificidade das «democracias populares».

 

Biografia do autor: 
Paulo Archer de Carvalho é doutor em Letras (História da Cultura) pela Universidade de Coimbra, mestre em História contemporânea e licenciado em História, após cursar Direito. Desenvolve investigação autónoma desde 1990 nas áreas temáticas da cultura portuguesa, história das representações e dos intelectuais, em campos os mais espaçados, dos quais destaca estudos e ensaios sobre o Integralismo Lusitano (1992; 1993-bis;94;95;96; 2003;2011;2014), Herculano (1992; 2003), Garrett (1999), Antero (2011), Fernando Pessoa (1995; 2011) ou José Saramago (2010). É autor, entre dezenas de artigos, de Sílvio Lima, um místico da razão crítica (2009), dissertação pol., Inequações do tempo verdadeiro (2006), Caos e Razão (2004), Sentido(s) da Utopia (2002), Sociedade e Cultura Portuguesas (II – 1996, em co-autoria com Fernando Catroga), além de monografias e capítulos de livros, actas de congressos, ou de dicionários, mormente dos Historiadores Portugueses (2012) e da História da República e do Republicanismo (2012-). Investigador integrado no Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX (UC), aí explorando a linha de pesquisa Genealogia e modalidades dos discursos intelectuais, é bolseiro post doct pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia.
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