Cientistas Polares definem novas áreas de intervenção urgente na Antártida

O Scientific Committee on Antarctic Research (SCAR) reuniu 75 cientistas e decisores políticos de 22 países, entre os quais José Xavier, da FCTUC.

13 julho, 2016≈ 3 mins de leitura

© UC | José Xavier

É urgente identificar quais os principais processos físicos que afetam o Oceano Antártico (aumento da temperatura, acidificação, degelo, etc.), investigar a estrutura e funcionamento da cadeia alimentar marinha, nomeadamente a necessidade de obter informação básica de grupos de animais, bem como desenvolver tecnologias e métodos amigos do ambiente, como, por exemplo, programas de monitorização internacionais e de longa duração e submarinos autónomos que cheguem a áreas ainda por explorar debaixo do gelo.

O alerta é do Scientific Committee on Antarctic Research (SCAR), que reuniu 75 cientistas e decisores políticos de 22 países, entre os quais José Xavier, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), para estudar os grandes problemas da Antártida.

No artigo publicado no jornal científico Frontiers in Marine Science, os especialistas defendem ainda a necessidade de direcionar resultados científicos para desenvolvimento de políticas para a gestão e proteção do meio ambiente marinho e estabelecer esforços para um melhor conhecimento sobre a região Antártida através de iniciativas educacionais.

Partindo de inúmeras questões e problemáticas, os cientistas e decisores políticos têm vindo a definir áreas prioritárias de intervenção no continente gelado, que já produziram dois artigos científicos anteriores, na Nature (Kennicutt II et al. 2014) e Antarctic Science (Kennicutt II et al. 2015).

O cientista polar da UC, José Xavier, diz que este Comité Científico ainda tem muito trabalho pela frente porque «muitas questões científicas importantes continuam por responder, tais como, por exemplo, quais as espécies que nos podem levar a compreender o funcionamento do Oceano Antártico e que espécies poderão extinguir-se no futuro próximo».

 

Artigo:
Xavier, J. C., Brandt, A., Ropert-Coudert, Y., Badhe, R., Gutt, J., Havermans, C., Jones, C., Costa, E. S., Lochte, K., Schloss, I. R., Kennicutt II, M. C. and Sutherland, W. J. (in press online). Future challenges in Southern Ocean ecology research. Fronteirs in Marine Science 3. http://dx.doi.org/10.3389/fmars.2016.00094
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