Cientistas Portugueses descobrem o maior polvo da Antártida

Com 115 cm de comprimento e 18.5 kg de peso, este polvo é considerado o maior indivíduo alguma vez capturado na Antártida.

29 março, 2017≈ 3 mins de leitura

© Dave Allen

Uma equipa de investigadores do MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e do National Institute of Water and Atmospheric Research (NIWA) da Nova Zelândia analisou o maior polvo alguma vez encontrado na Antártida.

O polvo gigante Megaleledone setebos foi capturado a bordo do navio Antarctic Discovery, no Mar de Dumont D’Urville (Antártida), no passado mês de janeiro, onde o estudante José Queirós estava a realizar a recolha de amostras para a sua tese de mestrado em ecologia.

Aparecer num anzol um polvo destas dimensões foi algo que ninguém esperava

Depois de imediatamente congelado, o polvo só recentemente foi analisado, na Nova Zelândia, por José Xavier (supervisor de José Queirós e coordenador de projetos de ciência Antártica na Universidade de Coimbra) e colegas do NIWA.

Com 115 cm de comprimento e 18.5 kg de peso, este polvo é considerado o maior indivíduo alguma vez capturado na Antártida. Até agora só tinham sido encontrados cefalópodes desta espécie até 90 cm.

O jovem cientista polar da UC, José Queirós, afirma que esta descoberta foi uma surpresa porque «o meu estudo incide em estudar o papel do Bacalhau da Antártida na cadeia alimentar Antártica e perceber o que eles comem. Aparecer num anzol um polvo destas dimensões foi algo que ninguém esperava».

Por seu lado, José Xavier, coordenador do projeto, evidencia que «esta descoberta, dentro de um projeto internacional que envolveu cientistas de Portugal, Nova Zelândia, Japão e Austrália, é mais uma peça do puzzle para nos ajudar a perceber o que existe na Antártida, uma das áreas marinhas do planeta que se conhece muito pouco. Recolhemos amostras do polvo para compreender melhor a sua biologia, o seu habitat, fisiologia e o que come».

O polvo foi doado ao prestigiado Museu Te Papa, em Wellington, Nova Zelândia.

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