“De Novo Mar” retorna aos palcos e em DVD

Peça é reapresentada no Teatro da Cerca de São Bernardo e recebe homenagem audiovisual.

14 março, 2018≈ 3 mins de leitura

© UC | Vittorio Aranha

O Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra (GEFAC) revive a peça “De Novo Mar”, apresentada pela primeira vez em 2017. São três as apresentações previstas para os dias 16, 17 e 18 de março. Para a última data está marcado o lançamento de um DVD do espetáculo.

O documento audiovisual é, nas palavras do coordenador geral do GEFAC, Vasco Nogueira, “uma forma de criar memória para o futuro”. “De Novo Mar” é uma obra construída a partir de reflexões acerca da memória, das chegadas e partidas, da cultura açoriana e de como esta interpreta e se relaciona com o Espírito Santo. O DVD, conta Vasco Nogueira, mostra duas vertentes entre a gravação da peça e entrevistas realizadas com os profissionais que participaram na organização do evento. “Quem quiser perceber como o espetáculo foi sendo feito e pensado tem aqui um documento”, aponta Vasco Nogueira. Acrescenta que, além de “preservar” a peça, procura-se “fornecer as diferentes perspectivas de quem trabalhou com o GEFAC”.

“A memória é uma âncora útil mas é a âncora de um barco que mais cedo mais tarde tem que zarpar”, pondera o coordenador geral. Como refere, a memória é abordada no trabalho como uma ferramenta útil de construção do futuro. Vasco Nogueira faz ainda a ligação entre a peça a ser apresentada ao GEFAC. O responsável acredita que o grupo é uma instituição de “eternas chegadas e partidas” que viu, durante o último ano, dois terços de seu elenco ser renovado.

O espetáculo e o lançamento do trabalho em vídeo inserem-se numa campanha de angariação de fundos e de “visibilidade” para as repúblicas coimbrãs, em especial para a Paços da República dos INKAS, acrescenta o coordenador geral. De acordo com Vasco Nogueira, é necessário proteger o património “material e imaterial” que foge às “lógicas de lucro neoliberais que dominam a especulação imobiliária”.

O GEFAC é constituído, direta e indiretamente, pelas repúblicas, adianta ainda o coordenador geral, visto que, nas primeiras décadas, o percurso do grupo foi feito “praticamente só em repúblicas”.

Mais informações acerca das apresentações podem ser encontradas aqui.

 

Vittorio Aranha, estudante da FLUC
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