Estudo do metabolismo de células do cancro do pulmão desenvolvido na UC recebe distinção internacional

01 dezembro, 2014≈ 3 mins de leitura

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Um estudo sobre o metabolismo do cancro de pulmão, em curso no Departamento de Ciências da Vida da Universidade de Coimbra (UC), permitiu, através de técnicas de Ressonância Magnética Nuclear (RMN), quantificar a produção de lípidos em células cancerígenas, importante para ajudar a tornar o diagnóstico da doença mais claro.

Financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), o estudo focou-se em duas linhas celulares de cancro de pulmão humano – A549 (muito comum) e H1299, tendo os investigadores registado que a síntese de lípidos é superior, em mais do dobro, à de uma linha celular de pulmão saudável.

Esta descoberta valeu ao investigador principal, Ludgero Tavares, o prémio “Jovem Investigador” (Young Investigator Award) no Congresso Internacional de Cancro do pulmão, que decorreu na Malásia, organizado pela Associação Internacional para o Estudo do Cancro (Association for the Study of Lung Cancer). O estudo foi eleito entre mais de duas centenas de trabalhos apresentados.

conhecer melhor os mecanismos da doença que causa anualmente 1,59 milhões de mortes em todo mundo

Os investigadores envolvidos no estudo, coordenado por Rui de Carvalho, têm fortes indícios que a enzima Isocitrato Desidrogenase (IDH), uma enzima do ciclo de Krebs (conjunto de reações químicas que acontecem na vida da célula para a obtenção de energia) é a principal responsável por esta produção de lípidos em excesso nas células cancerígenas. Por isso, a equipa está presentemente a silenciar (retirar do sistema através de manipulação genética) esta enzima para avaliar a sua preponderância no processo tumorigénico.

O estudo do metabolismo do cancro do pulmão permite «conhecer melhor os mecanismos da doença que causa anualmente 1,59 milhões de mortes em todo mundo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde, contribuindo para melhorar o diagnóstico e avançar para o desenvolvimento de novos alvos terapêuticos», explica Ludgero Tavares.

 

 

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