Moçambique e Portugal unidos pelo cinema

11 março, 2015≈ 4 mins de leitura

© UC | Ana Zayara

O Cinema de Moçambique é tema do 6º Simpósio Internacional de Cinemas em Português, integrado na XVII Semana Cultural da Universidade de Coimbra (UC). Com a Semana Cultural inserida nas comemorações dos 725 anos da UC, com o lema “Tempo de Encontro(s)”, o simpósio destaca os 40 anos de independência dos países africanos de língua portuguesa.

O investigador do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século 20 (CEIS20), Jorge Seabra, defende que o Simpósio Internacional de Cinemas em Português “não parte de um paradigma de que existe um cinema em português” mas que “existe uma pluralidade de cinemas em português, tal como a língua portuguesa tem diferentes formas de se expressar e falar”. O professor da Faculdade de Letras da UC e organizador do evento acrescenta que o programa é uma oportunidade de valorizar “uma cinematografia que é importante do nosso ponto de vista enquanto países de língua portuguesa”.

O simpósio desenvolve-se em duas vertentes: a primeira de investigação, com a comunicação entre investigadores de seis países, Portugal, Brasil, Inglaterra, Bélgica, Itália e Moçambique. Já a segunda vertente é uma mostra de filmes, seguida de diálogo entre o público e os realizadores, como Licínio de Azevedo, João Ribeiro e Sol de Carvalho. Também a realizadora Diana Manhiça vai estar presente e explica que é uma oportunidade de perceber como é visto o cinema de Moçambique fora do país: “a nossa perspetiva, minha e dos meus colegas em estar aqui em Coimbra, é de realmente poder também perceber o que os outros pensam de nós”.

O estudante da FLUC, João Abreu, afirma que estas iniciativas surgem sempre como uma mais-valia para que seja possível “descobrir novas coisas”. O espetador, que também fez parte da organização do evento, acredita que, ao participar em coisas fora da zona de conforto “serve muito para aumentar o leque de competências pessoais e conhecimentos”.

O programa do evento está dividido por dois dias – entre 10 e 11 de março. O tema do primeiro dia foi “O cinema moçambicano do tempo colonial à atualidade” e ainda pela exibição de Virgem Margarida, do realizador Licínio de Azevedo, no Teatro Académico Gil Vicente Para o segundo dia o tema “Realidades e perspetivas sobre o cinema moçambicano”, com início na Sala do Carvão, na Casa das Caldeiras, e o encerramento no Teatro Académico de Gil Vicente, a partir das 18 horas, com a exibição dos filmes Caminhos de Paz, do realizador Sol de Carvalho, e O último voo do flamingo, de João Ribeiro.

 

Reportagem realizada por Ana Zayara, estudante de Jornalismo da Faculdade de Letras da UC

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