Projeto liderado pela UC vai receber dois equipamentos de imagem molecular do cérebro no valor de cinco milhões de euros

27 fevereiro, 2019≈ 5 mins de leitura

© UC | Milene Santos

É uma aquisição fundamental, que promete dotar o consórcio Centro Académico Clínico de Coimbra CHUC-UC de condições ímpares a nível nacional para a investigação em imagiologia cerebral. O projeto BIN – Infraestrutura Central da Rede Nacional de Imagiologia Funcional Cerebral, liderado por investigadores da Universidade de Coimbra (UC) e sediado no seu Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS), vai receber dois tomógrafos PET para estudo do cérebro, num investimento de cerca de cinco milhões de euros. Um ficará instalado no ICNAS, outro no serviço de Medicina Nuclear do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

A liderança da Universidade de Coimbra na imagiologia médica, com particular ênfase na medicina nuclear, é cada vez mais marcada

A aquisição dos dois tomógrafos PET (Tomografia por Emissão de Positrões) humano, para utilização de radiofármacos de vida curta/longa e investigação básica/clínica, em parceria com o CHUC, representa uma enorme mais-valia para a Universidade de Coimbra. Com os novos equipamentos, o ICNAS ficará dotado de uma infraestrutura única ao nível imagiologia cerebral, potenciando o uso do ciclotrão localmente existente.

“Poucas infraestruturas deste género reúnem esta diversidade e complementaridade em termos de imagiologia cerebral (Ressonância Magnética e PET – Tomografia de Emissão de Positrões), mesmo a nível internacional”, aponta Miguel Castelo-Branco, investigador responsável do projeto, destacando o “enorme volume de dados de investigação básica e clínica” que os novos dispositivos permitirão reunir e analisar.

“A liderança da Universidade de Coimbra na imagiologia médica, com particular ênfase na medicina nuclear, é cada vez mais marcada. A ligação entre a UC e o CHUC dá cada vez mais frutos, não apenas a um nível local ou nacional, mas, sim, de forma a reforçar uma estrutura internacionalmente competitiva em termos de investigação base e de translação clínica”, sublinha o Reitor da UC, João Gabriel Silva.

O presidente do Conselho de Administração do CHUC, Fernando Regateiro, releva três dimensões associadas à concretização deste projeto: “a clínica, ao permitir a substituição de um equipamento antigo e, assim, melhorar muito a capacidade de resposta do Hospital, no âmbito da imagem funcional; a da investigação básica e translacional, pelos ganhos resultantes da constituição de equipas mistas, com clínicos do CHUC e cientistas da UC; e a simbólica, ao expressar, de forma superior, as virtualidades da ligação secular entre o CHUC e a UC, quando servida, de ambos os lados, por uma visão clara do seu potencial e dirigida para resultados”.

A Rede Nacional de Imagiologia Funcional Cerebral é um projeto que tem como objetivo principal viabilizar o acesso da comunidade científica nacional a equipamentos de nível avançada para o estudo destes temas e tem a sua Infraestrutura Central instalada na Universidade de Coimbra. A aquisição dos dois tomógrafos PET foi financiada em 85% (4,2 milhões) pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), através do Programa Operacional Regional do Centro.

“Este investimento vai permitir à Infraestrutura Científica em causa e, por inerência, à Região Centro, a desejável consolidação das competências técnicas e humanas instaladas na área da medicina nuclear, com importantes retornos não só de reconhecimento pelo incremento da sua participação em projetos europeus de maior dimensão e do seu relacionamento com empresas, como também a nível social, na medida em que a abordagem combinada de diagnóstico e terapêutica que a tecnologia PET permite pode resultar na descoberta de novos biomarcadores e alvos terapêuticos para doenças do sistema nervoso central, cujas patologias assumem uma expressão significativa no nosso país”, afirma, por sua vez, a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), Ana Abrunhosa. “É de realçar que estamos perante uma Infraestrutura de Investigação integrada no Roteiro Nacional de Infraestruturas Científicas, cujo modelo de funcionamento está sustentado, entre outros pilares, no relacionamento permanente e em rede com outras instituições e centros de investigação com atividade relevante e reconhecida na área em apreço”, conclui a presidente da CCDRC.

 

Rui Marques Simões
Partilhe