UC dedica semana a Timor para ver as palavras e as imagens que mudaram o mundo

Universidades de Coimbra, Timor e Fundação Max Stahl vão firmar um protocolo de colaboração para preservação do espólio de vídeo do jornalista Max Stahl.

07 dezembro, 2016≈ 4 mins de leitura

© UC | Paulo Amaral

Em 2016 assinalam-se os 25 anos do massacre de Santa Cruz e os 20 anos da consegração de D. Ximenes Belo e Ramos Horta como Prémios Nobel da Paz. Por isso, a Universidade de Coimbra (UC) decidiu evocar as efemérides com várias atividades (saiba mais aqui e aqui). O programa foi formalmente apresentado em conferência de imprensa pelo vice-reitor para as Relações Internacionais da UC, Joaquim Ramos de Carvalho, e do docente do Departamento de Filosofia, Comunicação e Informação da Faculdade de Letras da UC, Carlos Camponez. De 9 a 16 de dezembro, são muitas as iniciativas que reúnem, na UC, vários nomes que fizeram parte da história de Timor.

A melhor maneira de garantir que o espólio sobrevive é fazer com que seja utilizado

O jornalista que filmou as imagens do massacre de Santa Cruz que correram o mundo, “continuou a filmar em Timor” depois do acontecimento. Hoje, são mais de cinco mil horas de gravação que compõem o espólio de Max Stahl. “A melhor maneira de garantir que o espólio sobrevive é fazer com que seja utilizado”, garantiu o vice reitor da Universidade de Coimbra (UC), Joaquim. Por isso mesmo, é objetivo das universidades de Coimbra, Timor e de Max Stahl “torná-lo um arquivo vivo”, afirmou Joaquim Ramos de Carvalho.

As mais de cinco mil horas gravadas pelo jornalista incluem gravações pré-independência de Timor-Leste mas “cerca de 400 horas por mês” após, onde se podem ver muitas filmagens também de cariz cultural: “é a história de um país em video”, sublinha o responsável da UC. “Este espólio tem um potencial enorme para investigação” e para garantir a sua preservação e estudo, Joaquim Ramos de Carvalho anunciou a assinatura de um protocolo entre as entidades – UC, Universidade de Timor e a Fundação Max Stahl.

 

O vice reitor da UC destacou, a 13 de dezembro, a partir das 17 horas, no Teatro Académico de Gil Vicente, o evento “Timor: imagens e palavras que mudaram o mundo”, “com a presença do jornalista que filmou o massacre e que, por esse ato, contribuiu para que a opinião mundial se solidariezasse com a luta do povo timorense”, conta Joaquim Ramos de Carvalho, referindo-se a Max Stahl. O responsável referiu ainda a projeção de um “filme inédito sobre o papel da língua portuguesa” na altura, um tema que, afirma o vice-reitor “é particularmente caro à UC”.

Também destacado foi o colóquio “Timor: Mil Palavras, Mil Imagens”, organizado pela Faculdade de Letras da UC e pelo Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX (CEIS 20). Um “tema que nos diz muito, enquanto instituição que forma jornalistas e também como acontecimento que marcou a história dos media em Portugal”, adianta Carlos Camponez. “A cobertura jornalística de Max Stahl”, continua o docente, ” é exemplo de como o jornalismo foi importante para mudar os acontecimentos em Timor e o no mundo”. Confirmados para o evento estão académicos de renome internacional bem como jornalistas que, “desde o 25 de abril, acompanharam Timor até à independência”. A organização quis, nas palavras de Carlos Camponez, “trazer os jornalistas que foram os protagonistas destas histórias e saber como hoje vêem estes temas”.

Conheça a programação completa em http://www.uc.pt/timor2016

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