Universidade de Coimbra manifesta pesar pelo falecimento de Fernando Lopes da Silva

O neurocientista era membro do Conselho Geral da Universidade de Coimbra, faleceu a 7 de maio.

08 maio, 2019≈ 4 mins de leitura

© UC | Paulo Amaral

A Universidade de Coimbra (UC) manifesta profundo pesar pelo desaparecimento de Fernando Lopes da Silva: “A UC perde, com o desaparecimento do Doutor Lopes da Silva, uma voz autorizada no Conselho Geral, com destaque para a política de investigação”, lamenta o Reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão.

“O Programa de Ação que apresentei, enquanto candidato a Reitor, teve um contributo muito valioso do Doutor Lopes da Silva, nomeadamente no que diz respeito à criação de Escolas Doutorais, cuja implementação durante o meu mandato, será a maior homenagem que podemos fazer ao cientista, ao colega e ao amigo”, afirma Amílcar Falcão.

O Presidente do Conselho Geral da UC, João Caraça, manifesta, “o mais profundo pesar e a mais profunda gratidão por parte do Conselho Geral da Universidade de Coimbra, pela visão no caminho de futuro que a UC deveria prosseguir, a uma pessoa que foi reconhecidamente excecional do ponto de vista científico e humano”. Fernando Lopes da Silva “teve uma vida distintíssima”, recorda João Caraça.

 

Nota Biográfica
Fernando Lopes da Silva, neurocientista, nasceu em Lisboa em 1935.
Médico, pela Universidade de Lisboa, em 1959. Em 1965, juntou-se à equipa científica do Grupo de investigação do Cérebro na Holanda e obteve seu Ph.D. em Neurofisiologia pela Universidade de Utrecht em 1970. Em 1980 foi nomeado Professor catedrático de Fisiologia Geral na Faculdade de Ciências da Universidade de Amsterdão. De 1993 a 2000 foi diretor do recém-criado Instituto de Neurobiologia da Universidade de Amsterdão.
Os seus principais interesses de investigação focavam incluíam processos biofísicos da atividade elétrica do cérebro e na organização funcional das redes neuronais.
Quanto a atividade em Portugal, em 2000, é nomeado professor visitante da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e desde 2005 nomeado Professor do Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa, com a função principal de organizar, promover e estimular uma estreita ligação entre a Engenharia e a Medicina através de um novo curso em Engenharia Biomédica. Acompanhou cientificamente inúmeros cientistas Portugueses nas áreas das neurociências e engenharia biomédica. Participou em inúmeros encontros de cientistas portugueses. Foi coordenador do painel das Ciências da Vida da Fundação para a Ciência e Tecnologia. Membro externo de acompanhamento e avaliação do IPATIMUP e CNC. Membro de avaliação do prémio BIAL. Era atualmente Membro do Conselho Geral da Universidade de Coimbra.
Quanto a prémios científicos internacionais, foi, em 1985, membro eleito da Academia Real Holandesa de Artes e Ciências; em 1995, Membro Honorário da Sociedade Britânica de Neurofisiologia Clínica; em 1999 recebe o Prémio Herbert H. Jasper, selecionado pela Sociedade Americana de Neurofisiologia Clínica por uma “vida de extraordinárias contribuições para o campo da neurofisiologia clínica”. A Rainha da Holanda concedeu-lhe, em 2001, a distinção de Cavaleiro da Ordem do “Nederlandse Leeuw” em reconhecimento pelas suas realizações na Ciência.
Quanto a prémios científicos nacionais, foi distinguido como Doutor Honoris Causa pela Universidade de Lisboa em 1997, e pela Universidade do Porto em 2002. Foi o galardoado, em 2004, com a primeira edição do Prémio Universidade de Coimbra, que distingue uma “pessoa de nacionalidade portuguesa que tenha dado um contributo relevante e inovador nos campos da cultura ou da ciência”.
Foi ainda distinguido como Alto Oficial da Ordem de Santiago da Espada, em 2000, por notáveis realizações no campo da Ciência / Arte / Literatura, atribuídas pelo Presidente da República de Portugal.
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