A ciência que estuda a ciência: está lançado o projeto ERA Chair "EXCELScIOR"
Financiado com cerca de 2,5 milhões de euros no âmbito das ERA Chair Actions, o projeto "EXCELScIOR" foi apresentado a 26 de abril no Colégio da Trindade. O objetivo é potenciar a investigação na Universidade de Coimbra no domínio das ciências biomédicas, através da metaciência.
“EXCELScIOR significa ciência de excelência (excelence science)”, explica o “ERA Chair Holder do projeto, John Ioannidis. “Queremos estudar a ciência, como a ciência funciona, e como podemos melhorar as práticas de investigação para termos uma investigação mais fiável, mais acessível, e mais eficiente”, detalha o também professor da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos da América, resumindo o conceito de metaciência.
“É um projeto ambicioso”, considera John Ioannidis, “há imensas oportunidades e novidades em termos de tecnologia, na forma como comunicamos ciência e divulgamos investigação, como publicamos, como fazemos diariamente o nosso trabalho científico”. O “EXCELScIOR começa por estudar a investigação realizada na Universidade de Coimbra (UC) mas a finalidade é “fazer a diferença tanto a nível nacional como internacional.”
No projeto estão envolvidos um total de seis investigadores que, em primeiro lugar, vão analisar os dados fornecidos pelo Laboratório Associado CIBB – Center for Innovative Biomedicine and Biotechnology e compará-los com os dados de outras instituições portuguesas.
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Eis o que pode fazer:
“É a ciência da ciência” resume o coordenador do “EXCELScIOR”, Paulo Oliveira. Através da metaciência, “queremos perceber de que forma é que a ciência que é feita tem qualidade e impacto no mundo real”, acrescenta o também vice-presidente do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (CNC-UC).
Numa segunda fase, pretende-se aplicar o projeto noutras áreas de investigação da UC, “como economia, sociologia” e criar uma "guideline” orientadora de todo o género de investigações. “Um dos objetivos destas ERA CHAIRS é que se concretize uma mudança de paradigma”, conta Paulo Oliveira. “Nós querermos fazer algo que seja uma nova forma de olhar para a ciência, avaliar a ciência e de aplicar a ciência que fazemos”, aperfeiçoando os processos científicos e assim “melhorar a ciência portuguesa.”
O projeto tem a duração de cinco anos e é financiado no âmbito das ERA Chair Actions, mecanismo da Comissão Europeia que apoia universidades e centros de investigação para que possam atrair e manter recursos humanos qualificados e, em simultâneo, potenciar a investigação de excelência.