Atelier do Corvo distinguido com Prémio AICA 2020

Os fundadores, Carlos Antunes e Désirée Pedro, são docentes da Universidade de Coimbra.

09 fevereiro, 2021≈ 4 mins de leitura

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A secção portuguesa da Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA) atribuiu ao Atelier do Corvo o prémio AICA na categoria de Arquitetura. Fundado em 1998 pelos professores convidados da Universidade de Coimbra Carlos Antunes e Désirée Pedro, o Atelier do Corvo foi distinguido pelo júri pela “sua prática singular no campo partilhado entre a arquitetura e as artes plásticas”, no qual “procuram refletir e estruturar o pensamento sobre a noção de espaço e a sua relação com o indivíduo e com a experiência estética”.

“É sempre um momento especial receber um prémio”, referem Carlos Antunes e Désirée Pedro. Com percursos ligados à direção e programação artística do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra e da Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra, os fundadores do Atelier do Corvo acrescentam que “a nossa vida sempre foi construir e temos sido livres de fazer o nosso trabalho”. E mesmo com “a liberdade de fazer o trabalho sem ter de olhar a prémios”, os galardoados receberam a notícia “com a alegria de perceber que [o trabalho] teve reconhecimento pelos pares”.

Comparada a “uma pausa no caminho”, a distinção da AICA é, para Carlos Antunes e Désirée Pedro, “como uma estalagem para os peregrinos, um lugar para descansar e olhar para o caminho que foi feito”. “Temos de fechar portas e abrir outras, criar alternativas, abrir janelas e deixar entrar o ar”, acrescentam. Fundado como uma “uma galeria num lugar improvável” o Atelier do Corvo quis “mostrar às pessoas trabalho para reanimar os seus espíritos”.

“Uma pausa” vista quase “no campo da dádiva”, mas nunca sinónimo de cruzar os braços. “O prémio vem no momento em que o Atelier prepara um novo espaço, onde o acervo e o trabalho possam vir a estar mais acessíveis à população”, desvendam Carlos Antunes e Désirée Pedro.

Os Prémios AICA distinguiram ainda o pintor Eduardo Batarda, na categoria das Artes Visuais. O júri, que decidiu a 5 de fevereiro os vencedores da edição deste ano, foi composto por Sandra Vieira Jürgens, Ana Anacleto, Bárbara Silva, Pedro Baía, e Luísa Soares de Oliveira.

Os prémios AICA de Artes Visuais e Arquitectura são, de acordo com a organização, “atribuídos a duas personalidades das respetivas áreas, cujo percurso profissional seja considerado relevante pela crítica e cujo trabalho tenha estado particularmente em foco, no ano a que o Prémio diz respeito”.

Atribuídos anualmente desde 1981, os vencedores de cada categoria – Artes Visuais e Arquitetura – recebem um prémio monetário de 10 mil euros.

 

Marta Costa
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