Ensino de Línguas Clássicas reconquista alunos com o contributo da FLUC

O número de turmas de Latim e Grego no Ensino Secundário quase triplicou entre 2014/15 e 2021/22. No dia em que se celebra o Dia Internacional da Língua Grega (esta quarta-feira, 9 de fevereiro), tamanha evolução é registada com particular atenção na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), a única instituição que mantém a aposta na formação de professores de Estudos Clássicos, contribuindo para essa recuperação.

A área disciplinar dos Estudos Clássicos chegou, no ensino público, nos últimos anos, a uma situação-limite: no ano letivo de 2014/ 2015, apenas cinco escolas de todo o país tinham alunos de Latim e só em duas escolas havia turma de Grego. Apesar das dificuldades, a FLUC nunca deixou de apostar na formação de professores de Estudos Clássicos nem de apresentar propostas concretas de solução do problema da falta de alunos. Inclusivamente, foi criada uma Oferta de Escola – Introdução à Cultura e às Línguas Clássicas – que tem vindo a funcionar em várias escolas do país, com o objetivo principal de dar a conhecer uma área que tem tido pouca expressividade no ensino português.

Ao mesmo tempo, em 2015, a FLUC criou um novo Mestrado em Ensino de Português e de Latim, mais ajustado à realidade concreta dos alunos interessados em seguir a área da Formação de Professores. Este Mestrado foi submetido a avaliação externa em 2021 e foi creditado por seis anos. A Comissão de Avaliação Externa valorizou muito o facto de se tratar do único curso que, no momento presente, oferece formação nestas áreas em Portugal e, apesar de, no passado recente o mesmo ter tido pouca procura, o número de inscritos já aumentou no presente ano e prevê-se mais estudantes interessados na via de ensino Português/ Estudos Clássicos em anos futuros.

É neste contexto de recuperação, que já se fazia notar no ensino privado, que se assinala o aumento do número de alunos de Latim e Grego no Secundário. No presente ano letivo, há registo de sete turmas de Latim e de dez de Grego, apenas em Portugal Continental (a que acrescem outras – sem dados atualizados – nos Açores e na Madeira). E é essa evolução positiva que as docentes da FLUC envolvidas diretamente no processo mais ressalvam, precisamente no dia em que se celebra o Dia Internacional da Língua Grega. “É de louvar a forma como o Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas da FLUC, os orientadores das escolas cooperantes e os nossos estudantes se têm empenhado neste processo”, afirma Susana Marques. “O esforço concertado e continuado de tantos começa, finalmente, a ser recompensado", conclui Cláudia Cravo.