Equipa do CNC vence bolsa que premeia o combate à doença de Alzheimer

A equipa foi a vencedora da última edição da Bolsa Edgar Cruz e Silva, no valor de cinco mil euros.

12 setembro, 2017≈ 3 mins de leitura

© UC| Marta Costa

Uma equipa de investigação do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC) foi a vencedora da última edição da Bolsa Edgar Cruz e Silva. No valor de cinco mil euros, a bolsa é atribuída pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e pelo Grupo de Estudos de Envelhecimento Cerebral e Demência e pretende desenvolver um fármaco de combate à Doença de Alzheimer (DA).

A equipa de investigação distinguida trabalha numa molécula que tem como alvo uma enzima (BACE1) crucial para a formação de uma proteína (peptídeo amilóide) que se acumula no cérebro e cuja toxicidade contribui para a neurodegeneração e demência. O composto em estudo consegue diminuir a produção de peptídeo amilóide bem como a sua deposição no cérebro, algo verificado em ratinhos transgénicos utilizados para simular a DA.

A equipa pretende investigar o papel específico desta molécula na inibição da BACE1, uma vez que a estrutura química do inibidor potencia a sua localização nos compartimentos celulares (endossomas) onde se encontra esta enzima e onde se forma o peptídeo amiloide. Esta característica possivelmente permite preservar a actividade fisiológica da BACE1 noutros locais da célula.

A coordenadora do estudo e professora da Faculdade de Farmácia da UC, Armanda Santos, sublinha que se «pretende também estudar o eventual benefício de uma terapia com inibidores da BACE1 em células do sangue de doentes de Alzheimer em diferentes fases da doença, uma vez que se descobriu recentemente que estas células apresentam algumas das alterações observadas nos neurónios do cérebro de doentes de Alzheimer”.

A potencialidade desta molécula vai permitir obter um fármaco com menos efeitos secundários, constituindo um avanço notável relativamente aos inibidores desenvolvidos até agora, através de uma investigação que conta com a participação do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e do Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas a Saúde.

A investigadora destaca que “a distinção é muito prestigiante e é para nós uma honra e um incentivo a atribuição desta bolsa”. “O valor atribuído é importante para avançar o trabalho experimental, uma vez que nas áreas biomédicas a investigação é extremamente dispendiosa e todos os apoios são aceites com enorme satisfação”, refere ainda.

 

Publicado por: Milene Santos
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