Investigadora da UC conquista 1,5 milhões de euros para desvendar o impacto do uso de diferentes línguas na forma como tomamos decisões

A investigação vai envolver participantes de vários países, que falem fluentemente uma ou duas línguas, como por exemplo castelhano, catalão, basco, turco, alemão ou português.

CR
Catarina Ribeiro
18 outubro, 2022≈ 3 mins de leitura

Leona Polyanskaya, investigadora da Universidade de Coimbra.

© UC | Paulo Amaral

Desvendar os impactos que o conhecimento e o uso de diferentes línguas podem ter na tomada de decisão, em domínios políticos, sociais e económicos, é o objetivo do projeto de investigação “TypoMetaLing: Effect of linguistic experience on metacognition in language tasks and transfer to non-linguistic behavior”, que conquistou financiamento de 1,5 milhões de euros do Conselho Europeu de Investigação (ERC).

Neste projeto, «vamos investigar de que forma a língua nativa e o bilinguismo influenciam as decisões que tomamos, e como influenciam comportamentos, nomeadamente estratégias de decisão ou raciocínio», explica Leona Polyanskaya, investigadora da Universidade de Coimbra (UC) e coordenadora do projeto. Com esta investigação pretende-se também descobrir o que leva «as pessoas a tomar diferentes decisões, mesmo quando têm a mesma informação», sublinha a investigadora. Sobre a relevância de investigar esta temática, Leona Polyanskaya destaca que «se soubermos como as linguagens influenciam as tomadas de decisão, este novo conhecimento terá potencial de prevenir potenciais conflitos».

Leona Polyanskaya, investigadora do Centro de Imagem Biomédica e Investigação Translacional (CIBIT) do Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS) da UC e da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (FPCEUC), tem procurado aprofundar este tema ao longo dos últimos anos, tendo conseguido demonstrar, em projetos anteriores, que bilingues e monolingues tomam decisões de forma diferente.

A investigação vai envolver participantes de vários países, que falem fluentemente uma ou duas línguas, como por exemplo castelhano, catalão, basco, turco, alemão ou português. Sobre a diversidade de participantes que vão integrar o estudo, a investigadora partilha que esta pluralidade vai permitir investigar «como é que as diferentes línguas e os contextos culturais influenciam as tomadas de decisão». Destaca ainda que «atualmente, a mobilidade das pessoas pelo mundo tem vindo a aumentar, o que faz com que os falantes de diferentes línguas mudem de país para país, de continente para continente, o que resulta numa constante mudança do panorama linguístico. E esta mudança pode afetar a tomada de decisões, a nível individual e coletivo, e essas dinâmicas podem ter impacto na política, economia, desenvolvimento social, e isso afetará o nosso futuro».

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