Noite Europeia dos Investigadores em Coimbra - Uma rota dedicada à ciência para todos

A Rota da Ciência animou a baixa de Coimbra, do Largo da Portagem até à Rua da Sofia, com mais de 60 pontos e centenas de investigadores.

MC
Marta Costa
AB
Ana Bartolomeu
03 outubro, 2022≈ 2 mins de leitura

© UC l Ana Bartolomeu

A Noite Europeia dos Investigadores (NEI) 2022 teve como tema "Ciência para Todos, Sustentabilidade e Inclusão". O evento central foi a Rota da Ciência que, durante a tarde de 30 de setembro, juntou na Baixa de Coimbra centenas de investigadores da Universidade de Coimbra (UC) em mais de 60 pontos. O objetivo foi dar a conhecer à sociedade a ciência que se faz, através de atividades hands-on, jogos, desafios e experiências, num percurso que chamou a cidade à rua.

Do projeto Engender, Caynnã Santos estava na rua a falar sobre processos de integração de estudos de género no Ensino Superior Português. Com um jogo interativo, apresentava aos interessados alguns dos resultados preliminares do trabalho. “Superar os limites físicos da academia” é fundamental para o investigador, pois é necessário “transferir [o conhecimento] além dos muros da universidade". De acordo com Caynnã Santos, "a ciência não só toma a sociedade como objeto de estudo, como faz parte dela”, e a NEI é parte desse processo.

Descobrir a diferença entre vários tipos de laranjeiras, ou provar alguns produtos provenientes de laranjas. É assim que Carol Delmazo apresentou o ponto do ReSeed na Rota da Ciência, “Laranjas e Laranjais: em busca dos cinco sentidos”. “A nossa ideia é trazer a nossa investigação sobre alimentação, nomeadamente sobre a laranja, e dar a conhecer às pessoas a ciência que fazemos”, conta a investigadora. “É nossa obrigação e dever mostrar às pessoas porque é relevante”, acrescenta ainda Carol Delmazo, “sobretudo numa investigação como a nossa, feita com dinheiro público”.

Um pouco mais à frente no percurso encontramos o ponto do iCBR. Aqui, como explica Jorge Silva, é apresentado, entre outras coisas "o efeito do colesterol e da acumulação de gordura". "Mostramos um pouco da área cardiovascular, que é a nossa área de investigação", conta o estudante de doutoramento. Há experiências principalmente para os mais novos, como um jogo para distinguir "os açúcares bons dos maus". “É muito importante estar na Baixa e mostrar à sociedade o que realmente fazemos. É uma boa maneira de dinamizar e comunicar a ciência de uma maneira mais apetecível e atraente, em especial para as crianças”, afirma Jorge Silva.

Maria Adelaide Lopes estava a ouvir atentamente sobre células. Com 80 anos, trabalha na Baixa, mas ficou "muito satisfeita, esta rua é propícia para isto”. “Acho que é uma iniciativa muito interessante e estão a ensinar às pessoas muita coisa”.

Helena Jorge chegou à Baixa com os filhos, que escutavam a explicação de um dos pontos da Rota da Ciência, na Rua da Sofia. Considera que é “sobretudo uma oportunidade que a cidade dá para os mais novos descobrirem o que é a ciência, e para os mais velhos perceberem como está a evoluir a ciência e estarmos atualizados sobre isso”.

Já mais perto do Largo da Portagem, mas também com a família, Joana Ribeiro estava num outro ponto da Rota. “Com uma criança de três anos, é «de pequenino que se torce o pepino». Sou da área da ciência e gosto de incentivar a curiosidade desde cedo”, afirma. “Sempre que há atividades do género, interativas para as crianças, vale sempre a pena”, garante. De acordo com a participante, é ainda uma forma de aproveitar a cidade: “uma pessoa está a passear, e aproveita também para fazer uma atividade ao ar livre”.

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