"O papel da Academia na Saúde, Educação Sexual Compreensiva e Direitos Humanos" das Meninas e Raparigas

Metade das gravidezes, em todo o mundo, são não intencionais. Dados que retratam uma “situação alarmante”, adverte a Diretora do Escritório em Genebra do Fundo das Nações Unidas para a População (United Nations Population Fund – UNFPA), Mónica Ferro, a propósito da comemoração do Dia Internacional das Meninas e Raparigas. Os números traduzem “uma situação de falta de autonomia corporal, as mulheres não têm capacidade para decidir sobre o seu corpo, não têm acesso a métodos contracetivos”. “É uma questão de saúde pública, de direitos humanos e de poder definir qual é que é o percurso das nossas vidas”, acrescenta Mónica Ferro.

Sob o tema “A ação na crise negligenciada da gravidez não intencional e Violência sobre as jovens meninas e mulheres”, Mónica Ferro revelou o impacto que a pandemia de Covid-19 provocou na igualdade de género. “Atrasou 30 anos num progresso que já era lento, exasperante e pontuado de discriminações várias contra as mulheres”, alerta.

No seminário "Dia Internacional das Meninas e Raparigas: O papel da Academia na Saúde, Educação Sexual Compreensiva e Direitos Humanos" participou também Catarina Furtado. A Embaixadora da Boa Vontade do UNFPA acredita que a “academia pode e muito” contribuir para a igualdade de género.

Para isso, considera ser fundamental que os docentes percebam que “são elas a população mais vulnerável no mundo inteiro, mesmo no mundo desenvolvido”. “A academia não pode ficar só pela retórica”, acrescenta a também apresentadora televisiva. A Universidade, defende, “deve agir e provocar a ação fora da própria academia”.