Projeto do CIBIT-UC participa em fase piloto de repositório institucional de dados de investigação

Mecanismos neuronais que estão na base das emoções sentidas ao ouvir música são o foco do projeto Brainplayback, que testará a plataforma Polen desenvolvida pela FCCN-FCT.

30 maio, 2023≈ 5 mins de leitura

Equipa do projeto Brainplayback (CIBIT-UC) irá testar a plataforma Polen para os dados de investigação gerados no projeto

© CIBIT

Permitir que outros grupos de investigação tenham acesso a dados valiosos no futuro, contribuindo para a sua reutilização, é uma das metas do projeto Brainplayback, coordenado pelo Centro de Imagem Biomédica e Investigação Translacional (CIBIT) da Universidade de Coimbra. Iniciado em janeiro de 2022 e com previsão de conclusão em junho de 2023, o Brainplayback visa estudar os mecanismos neuronais que estão na base das emoções que sentimos quando ouvimos música. Este ano, o projeto foi selecionado para participar na fase piloto de implementação do repositório de Dados de Investigação Polen, gerido pela Unidade de Computação Científica Nacional da FCT.

Ampliar o acesso aos dados de investigação, permitindo a sua reutilização é um componente importante do movimento da ciência aberta. Nesse sentido, a adoção das melhores práticas relacionadas com o novo paradigma tem sido um esforço contínuo do CIBIT, que agora recebe a fase piloto do projeto Polen, que representa um novo eixo de colaboração e cooperação entre UIDs, instituições e rede nacional, respondendo a uma necessidade específica de haver um serviço de repositório de dados de investigação institucional, suficientemente genérico, que permita a diferentes equipas o depósito e partilha dos dados de investigação.

“A nossa abordagem tem sido a utilização de repositórios de dados nas áreas de atuação em que a nossa investigação tem lugar, mas a possibilidade de utilização de um repositório certificado, desenvolvido em coordenação com as UIDs, era um elemento em falta no ecossistema da ciência aberta em Portugal”, afirma Bruno Direito, investigador do CIBIT e investigador principal do projeto Brainplayback. Para Bruno e toda a equipa do projeto, participar na fase piloto do repositório permitirá à UC estar envolvida desde o início na definição da plataforma e de suas práticas e procedimentos. “Acreditamos que podemos contribuir com a nossa experiência e aprender muito com a experiência dos colegas que vão fazer parte do projeto piloto, quer no desenvolvimento da plataforma, quer com outros utilizadores”, completa.

Ao longo dos próximos meses, os investigadores do CIBIT ligados ao projeto Brainplayback vão receber diferentes tarefas relacionadas com o repositório: um primeiro período será de formação sobre o ecossistema dataverse (tecnologia associada ao desenvolvimento da plataforma); em seguida, dar-se-á início à fase de teste da plataforma e ao depósito de dados, período em que as equipas poderão reportar dificuldades e identificar novos requisitos. “Após uma fase de otimização do sistema, haverá uma segunda etapa de teste e depósito final do conjunto de dados. A equipa do projeto Brainplayback irá trabalhar nas tarefas associadas a esta colaboração, assim como a equipa de suporte informático que apoia o CIBIT”, explica o investigador do CIBIT.

Para a realização das tarefas de testagem da plataforma Polen, foi atribuída ao centro de investigação e particularmente ao projeto Brainplayback uma verba de 5000€, que permitirá financiar os custos associados à curadoria de dados, formação, equipamento informático (armazenamento e/ou manutenção), recursos humanos envolvidos, etc.

Coletar, analisar e reutilizar dados sobre música e emoções

O projeto do CIBIT escolhido para testar o repositório Polen tem como fonte majoritária de dados a técnica de Imagem por Ressonância Magnética funcional - IRMf. Os participantes no estudo ouvem breves trechos musicais durante o exame, permitindo aos investigadores obter informação acerca da forma como o cérebro processa os trechos ouvidos. “Pedimos depois aos participantes que classifiquem as músicas ouvidas em diferentes dimensões como a valência (que pode ser positiva ou negativa) e a ativação (que pode ir da calma à excitação) . Este conjunto de dados vai-nos permitir extrair informação acerca da forma como o cérebro interpreta a música”, explica Bruno Direito. Estudar os processos que relacionam a música e a emoção é decisivo, lembra, para compreendermos o papel social da música e as suas potenciais aplicações terapêuticas.

Além do CIBIT, outras seis instituições portugueses testarão a plataforma Polen na sua fase de implementação. Saiba mais acedendo à página web da FCT.

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