UC no topo da imagiologia molecular mundial

29 setembro, 2014≈ 3 mins de leitura

© UC | Karine Paniza

Um estudo que identificou, em humanos, o neurotransmissor responsável pelas manifestações cognitivas da neurofibromatose, doença genética comum associada a dificuldades de aprendizagem, acaba de ser distinguido no Congresso Mundial de Imagem Molecular (World Molecular Imaging Congress), que decorreu em Seoul, na Coreia.

O estudo foi desenvolvido por uma equipa multidisciplinar do Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde – ICNAS, do Instituto Biomédico de Investigação de Luz e Imagem – IBILI e da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.

Dos cerca de mil estudos apresentados no mais importante congresso de imagem molecular, o trabalho desenvolvido pela equipa de Coimbra foi considerado um dos três melhores, a par com as universidades de Stanford (EUA) e Tuebingen (Alemanha).

O trabalho, que tem como primeira autora a investigadora Inês Violante, faz parte de um estudo mais vasto intitulado “Das moléculas ao homem: novas ferramentas de diagnóstico por imagem em distúrbios neurológicos e psiquiátricos”, coordenado pelo neurocientista Miguel Castelo Branco.

Esta combinação representou um enorme desafio

Ao anunciar a decisão, o júri destacou a novidade e inovação da pesquisa que «combinou um complexo conjunto de técnicas e métodos existentes no ICNAS, desde o Ciclotrão até à imagem PET (tomografia por emissão de positrões) e Ressonância magnética, aplicados à investigação clínica numa doença neurológica humana, a neurofibromatose. Esta combinação representou um enorme desafio», explica Miguel Castelo-Branco.

Ao «entender como se comporta o neurotransmissor responsável por esta doença atualmente sem cura e muito associada ao atraso escolar, é agora possível desenvolver alvos terapêuticos para combater a patologia», sublinha o também docente da UC.

Com um orçamento global de cerca de um milhão de euros, financiado em grande parte pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), a investigação iniciou-se em 2009 e reúne vários ramos do conhecimento (medicina, bioquímica, matemática, psicologia e engenharia).

Partilhe