A última lição de Fernando Catroga

26 maio, 2015≈ 2 mins de leitura

“Tem sido uma aventura riquíssima” é assim que Fernando Catroga classifica a sua trajetória, num universo histórico onde o académico e profissional se fundem.

Trocou Lisboa por Coimbra e a economia pela filosofia. Chega no auge das lutas estudantis contra a ditadura, tendo participado ativamente na Crise Académica de 1969. Fernando Catroga admite que a escolha teve um “misto de sedução e de exílio”.

Depois do 25 de abril começa uma nova etapa da sua cruzada. Começa a sua fase de docente. “Os alunos, naquele tempo, tinham a minha idade. Mas, com o passar dos anos, eu ficava mais velho e os alunos continuavam com a mesma idade. Criando a ilusão da eterna juventude,” recorda o professor catedrático da Universidade de Coimbra (UC).

Foi o início de um amor que até hoje perdura

A investigação, outra faceta da carreira universitária de Fernando Catroga, trouxe algo para além do conhecimento académico. Trouxe o enamoramento pelo Brasil. “A primeira vez que fui convidado a fazer um ciclo de conferências no Brasil foi no ano de 1989. Foi o início de um amor que até hoje perdura e é renovado todos os anos como prova de fidelidade”, admite.

Após uma vida dedicada ao conhecimento, Fernando Catroga encerra mais um ciclo. A aula de jubilação do docente realizou-se a 25 de maio de 2015 na Faculdade de Letras da UC. Mas “a vida académica não acaba. Porque quando o conhecimento começa a fazer parte na nossa própria pele, despi-la é morrer”.

 

Partilhe