Como o café previne a depressão: projeto da Universidade de Coimbra premiado

26 julho, 2018≈ 3 mins de leitura

© UC | Milene Santos

São cerca de 350 mil euros para apoiar o estudo de como o café pode ajudar a prevenir a depressão. O projeto “Os recetores A2A para a adenosina como uma oportunidade de estudar a neurobiologia de disfunções emocionais”, conduzido por Rodrigo Cunha, professor da Faculdade de Medicina e do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra, foi distinguido esta quarta-feira, dia 25, com um dos prémios da parceria de apoio à investigação científica que une a Fundação “la Caixa” e a Fundação para a Ciência e a Tecnologia.

O projeto do grupo liderado por Rodrigo Cunha parte da premissa de que o consumo em doses moderadas de café e de cafeína está associado a uma menor incidência de sintomas depressivos. Depois de ter identificado, em modelos animais, os recetores A2A para a adenosina como o alvo molecular onde a cafeína atua para atenuar os sintomas depressivos, o projeto tem como objetivo compreender em pormenor onde, quando e como é que este fenómeno acontece. Depois, será necessário “confirmar em humanos aquilo que vamos detalhar em animais”, diz o professor da Faculdade de Medicina e investigador do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra. Se estas conclusões forem transponíveis do animal para o homem, este mapeamento da neurobiologia da depressão permitirá conduzir ao desenvolvimento de novos medicamentos e métodos de abordagem à doença.

Este estudo é um dos primeiros projetos portugueses financiados pela recém-criada “Iniciativa Ibérica de Investigação e Inovação Biomédica, i4b”, que envolve a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT, Portugal) e a Fundação “la Caixa” (Espanha). A distinção vai dar um apoio “absolutamente crucial” ao grupo de mais de duas dezenas de investigadores que dar seguimento ao projeto, sublinha Rodrigo Cunha. “É sempre um prazer quando uma entidade independente enaltece uma ideia apresentada como interessante e com potencial”, conclui.

 

Rodrigo Cunha é docente da FMUC e investigador do CNC.

Rodrigo Cunha é docente da FMUC e investigador do CNC.

 

Rui Marques Simões
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