Prémio Joaquim de Carvalho atribuído a obra de Jorge de Alarcão: entrega é quarta-feira

09 dezembro, 2019≈ 4 mins de leitura

A obra “A Lusitânia e a Galécia. Do séc. II a.C. ao séc. VI d.C.”, de Jorge de Alarcão, é a vencedora da 10.ª edição do Prémio Joaquim de Carvalho, instituído pela Imprensa da Universidade de Coimbra (IUC). O galardão será entregue na próxima quarta-feira (dia 11), pelas 11h00, na Sala do Senado da UC.

O Prémio Joaquim de Carvalho, no valor de 3000 euros, distingue trabalhos de investigação ou divulgação científica que tenham sido publicadas pela Imprensa da Universidade de Coimbra no ano imediatamente anterior. Este galardão homenageia uma figura ímpar da história da IUC: ilustre académico humanista, republicano e demoliberal, Joaquim de Carvalho foi o seu último administrador antes da extinção decretada em 1934 pelo então primeiro-ministro António de Oliveira Salazar [a IUC só seria reativada em 1998].

Selecionada entre as mais de 70 obras publicadas pela Imprensa da UC em 2018, “A Lusitânia e a Galécia. Do séc. II a.C. ao séc. VI d.C.” destaca-se pela sua excelência e “dimensão de prestígio nacional e internacional, exprimindo o culminar da longa carreira do Professor Doutor Jorge de Alarcão enquanto exímio especialista na área de Arqueologia”, justifica o júri multidisciplinar, que decidiu, por unanimidade, atribuir-lhe a distinção.

 

 

 

Sobre a obra:
“Sempre permanece a inquietação de saber se o nosso entendimento da história pode ser contraditado por outras visões, eventualmente mais ajustadas (…). Com os mesmos dados, mas lidos diferentemente, há sempre outras interpretações possíveis”, comenta Jorge de Alarcão no prefácio de A Lusitânia e a Galécia. Do séc. II a.C. ao séc. VI d.C.. Tomando como objeto de estudo duas províncias romanas, Lusitania e Gallaecia, que abrangiam terras atualmente portuguesas e espanholas, esta obra traça um quadro dos povos e das culturas que os Romanos encontraram na fachada atlântica peninsular quando a conquistaram, bem como as transformações que se foram operando no processo de aculturação (romanização). Num fio cronológico, expõe-se a progressiva decadência até à conquista pelos visigodos em 585. Numa tentativa de avaliar e desmistificar a herança deixada aos Lusitanos pelos Romanos, procura-se entender como se vieram a constituir as fronteiras dos reinos de Portugal e de Leão e Castela, e como as assimetrias regionais já encontradas nos tempos romanos se mantêm nos nossos dias.
Sobre o autor:
Jorge de Alarcão é professor catedrático aposentado da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Licenciado em Ciências Históricas e Filosóficas pela mesma Faculdade, pós-graduado em Arqueologia da Europa Ocidental pelo Instituto de Arqueologia da Universidade de Londres, doutorou-se em Pré-História e Arqueologia pela Universidade de Coimbra. É doutor honoris causa pelas Universidades de Santiago de Compostela e de Bordéus. É autor de numerosos trabalhos sobre arqueologia romana em Portugal e recebeu o prémio Genius Coloniae Augustae Emeritae. Tem-se dedicado também à história da cidade de Coimbra e da sua região, publicando, entre muitos, In territorium Colimbrie: lugares velhos (e alguns deles deslembrados) do Mondego (Lisboa, Instituto Português de Arqueologia, 2004); Coimbra: a montagem do cenário urbano (Coimbra, Imprensa da Universidade de Coimbra, 2008); e As pontes de Coimbra que se afogaram no rio (Coimbra, Ordem dos Engenheiros, 2012).

 

 

 

Imprensa da Universidade de Coimbra
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