A condição humana discute-se na Semana Cultural

23 março, 2015≈ 3 mins de leitura

© UC | Flávia Arieira

Até 28 de março, o Teatro Anatómico apresenta exposições, conversas entre investigadores, instalações performativas e experiências de perceção auditiva, na Casa Dr. Ângelo da Fonseca (antiga casa do Governo Civil de Coimbra). O ciclo insere-se na programação da Semana Cultural e dos 725 anos da Universidade de Coimbra.

Recuperar a ideia e chamar artistas a analisar e discutir o corpo, no século XXI

De acordo com Carla Gonçalves, coordenadora do Teatro Anatómico, o objetivo desta exposição é debater e fazer pensar a condição humana. “De onde vimos e para onde vamos é a questão que ainda nos afeta e afetará enquanto houver quem se dedique a pesquisar sobre o homem”, refere a responsável. Com o lema “Tempo de Encontro(s)”, a Semana Cultural da UC é, para Carla Gonçalves, uma iniciativa que permite que “todos nos possamos encontrar – artistas, cientistas, o público em geral – e pensar um bocado sobre a questão da teatralidade anatómica”.

Carla Gonçalves conta que o interesse surgiu pela descoberta da vida e da morte através da imagem, como “quando se encenava a questão de «O que sou e para onde vou», em Itália, no século XVI ou XVII”, no âmbito das encenações de teatro anatómico. E é assim que o projeto Teatro Anatómico surge, em Coimbra. “Recuperar a ideia e chamar artistas a analisar e discutir o corpo, no século XXI, foi a primeira proposta que lhes fiz. A partir daí, comecei a desenvolver a ideia e transformei o corpo ou teatralidade anatómica em três níveis: corpo-função (o Teatro Anatómico como palco de vida), corpo-máquina (o meu corpo serve o teu) e o trans-corpo”, explica Carla Gonçalves.

Além da instalação, na casa Dr. Ângelo da Fonseca, a iniciativa conta ainda com uma sessão do “electrocardiograma sonoro”, a 21 de março; uma conversa com Teresa Almeida Santos, Luís Quintais, Anselmo Borges e João Maria André, a 25 de março; a performance audiovisual “Da Tua morte se faz A minha vida”, no pátio inferior do antigo Governo Civil, a 27; e, no último dia previsto, a 28, a terceira e última sessão do “electrocardiograma sonoro”.

 

Reportagem realizada por Ana Silva e Flávia Arieira, estudantes de Jornalismo da Faculdade de Letras da UC.

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