Conhecer a Aldeia Histórica de Idanha-a-Velha através das novas tecnologias é a proposta de um projeto liderado pela UC

O projeto "iDanha. Novos links, novas leituras históricas criativas" vai desenvolver aplicações tecnológicas que permitam melhorar a visita à Aldeia Histórica de Idanha-a-Velha, um documentário para contar a sua história e ainda uma festa comunitária.

CR
Catarina Ribeiro
05 janeiro, 2024≈ 4 mins de leitura

O projeto " iDanha. Novos links, novas leituras históricas criativas" vai estar em curso até junho de 2025.

© Rui Pedro Lamy

Conhecer Idanha-a-Velha desde a Antiguidade através das novas tecnologias é a proposta central do projeto iDanha. Novos links, novas leituras históricas criativas, liderado pela Universidade de Coimbra (UC). O projeto vai desenvolver, até junho de 2025, aplicações tecnológicas que permitam melhorar a qualidade da visita ao Monumento Nacional, e um documentário que vai contar a sua história. Pretende ainda organizar uma festa comunitária, que vai envolver toda a comunidade local e dar a conhecer os resultados do projeto.

Este projeto “vai permitir juntar os resultados da investigação arqueológica ainda em curso nesta aldeia histórica e as novas tecnologias para trabalhar o património histórico e cultural de Idanha-a-Velha, dinamizando-o e promovendo-o enquanto domínio estratégico para o desenvolvimento das regiões do interior de Portugal”, explica o docente da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), Pedro C. Carvalho.

Apoiado pela Fundação “la Caixa” com 150 mil euros, no âmbito do Programa Promove - O Futuro do Interior, uma iniciativa da Fundação "la Caixa" realizada em colaboração com o BPI e em parceria Fundação para a Ciência e a Tecnologia, o iDanha “é um projeto inovador de valorização patrimonial centrado na Aldeia Histórica de Idanha-a-Velha, detentora de uma histórica única: relevante cidade romana há 2 000 anos, sede episcopal suevo-visigótica no séc. V, tomada pelos muçulmanos no séc. VIII, reconquistada por Afonso III das Astúrias no séc. X e doada aos Templários por D. Afonso Henriques”, contextualiza o também coordenador do projeto.

“A produção de conteúdos em suportes digitais para utilização no local, em articulação com a produção audiovisual, procura, através das novas tecnologias, valorizar, em termos nacionais e internacionais, o capital simbólico e patrimonial dos territórios”, destaca Pedro C. Carvalho. No caso concreto de Idanha-a-Velha, vão ser desenvolvidas aplicações tecnológicas de realidade aumentada e virtual e reconstituições 3D para explicar, nomeadamente, os principais edifícios e espaços históricos “quase todos hoje em ruína e que procuraremos reconstituir virtualmente, mostrando como eram originalmente”, avança o coordenador do iDanha. Já o documentário “vai centrar-se na herança cultural e no capital simbólico deste Monumento Nacional, contando a sua história, com base em investigação científica atualizada, alguma ainda em curso”, esclarece.

Neste projeto “há uma aposta declarada na transição digital na área do património histórico-cultural, mas também um compromisso com a comunidade local, através do seu envolvimento num quadro colaborativo e socialmente responsável”, acrescenta o docente. Além da comunidade local, o projeto vai contar com a colaboração da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, e da Liga de Amigos da Freguesia de Idanha-a-Velha.

Na Universidade de Coimbra, vai envolver vários investigadores do Centro de Estudos Interdisciplinares (CEIS20) e docentes da Faculdade de Letras, nomeadamente, Ana Teresa Peixinho, Armando Redentor, Clara Almeida Santos, Ricardo Costeira e Sara Dias Trindade.

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