Departamento de Física recebe especialistas europeus do consórcio SINE2020

05 setembro, 2016≈ 3 mins de leitura

© UC | Paulo Amaral

Nos dias 7 e 8 de setembro, o Departamento de Física da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) recebe cerca de uma centena de especialistas de várias instituições europeias envolvidas no SINE2020, um consórcio que visa preparar a comunidade científica para o pleno aproveitamento, a partir de 2020, da grande instalação europeia de neutrões – a ESS, European Spallation Source, atualmente em construção nos arredores de Lund, na Suécia.

Trata-se da infraestrutura europeia «em que se produzem os mais intensos feixes de neutrões de variadas energias, feixes esses que permitirão realizar de forma muito rápida medidas de parâmetros de estruturas de materiais não acessíveis (ou dificilmente alcançáveis) com os meios tecnológicos atualmente disponíveis», explica Rui Marques, do LIP Coimbra – Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas – parceiro no projeto.

Estes estudos, sublinha o físico da FCTUC, «são de enorme importância tanto para o desenvolvimento de novos materiais como para o esclarecimento da estrutura das complexas moléculas orgânicas que é da máxima importância quer para a evolução da biologia, quer para o desenvolvimento de novos fármacos».

Com um orçamento global de 12 milhões de euros, o SINE2020 é financiado pela União Europeia com mais de 10 milhões de euros (10 863 447,00€).

Embora a comunidade de utilizadores destas tecnologias em Portugal seja restrita, o LIP participa desde os tempos do 6º Programa Quadro Europeu na colaboração internacional que veio a dar origem à proposta do atual grande projeto do consórcio SINE2020.

O LIP Coimbra tem vindo a desenvolver um novo tipo de detetor, baseado na tecnologia das placas resistiva – uma classe de detetor gasosos em que o LIP tem uma posição de liderança a nível global – associado a camadas finas com boro, um material que converte os neutrões lentos em partículas ionizantes.

Os protótipos construídos em Coimbra, e já testados em França e na Alemanha, permitem desde já garantir que será possível construir detetores com resolução espacial submilimétrica e com eficiência que permita tirar pleno partido do enorme investimento feito na ESS.

 

Programa da reunião do SINE220 aqui.

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