Igreja e Claustro do Palácio de São Marcos renovados

O resultado das obras de recuperação será apresentado à comunidade universitária e aos órgãos de comunicação social na próxima quarta-feira, dia 13, a partir das 14h30.

12 fevereiro, 2019≈ 4 mins de leitura

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Estão concluídos os extensos trabalhos de reabilitação que a Universidade de Coimbra (UC) promoveu na Igreja e no Claustro do Palácio de São Marcos. O resultado das obras de recuperação de coberturas, fachadas e estruturas adjacentes deste Monumento Nacional afeto à UC – que tiveram um custo de cerca de 400 mil euros, financiado em 85% pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), através do Programa Operacional Regional do Centro (CENTRO2020) – será apresentado à comunidade universitária e aos órgãos de comunicação social na próxima quarta-feira, dia 13, a partir das 14h30.

Situada na Quinta de São Marcos (em São Silvestre, a cerca de 15 km de Coimbra), a igreja homónima – um exemplar excecional da estatutária e tumulária renascentista – foi alvo de uma profunda renovação para reverter o estado de degradação progressiva em que se encontrava. Os trabalhos, realizados entre janeiro de 2018 e janeiro de 2019, incidiram particularmente na recuperação, reabilitação e limpeza de coberturas e fachadas, caixilharias e superfícies escultóricas (em pedra calcária de Ançã) da igreja – incluindo nave, capela-mor, sala do capítulo e a Capela dos Reis Magos (que lhe é anexa).

“Todas estas ações assentaram no princípio da intervenção mínima e na preservação da autenticidade quer de materiais quer dos métodos construtivos tradicionais”, sublinha Fernando Marques, um dos autores do projeto – com César Cerqueira, Vítor Murtinho e a colaboração de Sónia Filipe (arqueologia) e Lurdes Craveiro (história de arte) – e responsável pela assessoria técnica das obras. O engenheiro civil, especializado em conservação e restauro arquitetónico, realça o facto de os trabalhos terem permitido a recuperação de um antigo artifício gnomónico (abertura para entrada de luz) no sacrário do altar-mor, que até aqui era desconhecido (encontrava-se entaipado) para a maior parte das pessoas. Quanto à obra da igreja, destaca-se ainda que houve necessidade de fazer a demolição parcial e posterior reconstrução da abóboda da nave (através de solução construtiva idêntica à existente) devido a situação de colapso iminente em que se encontrava.

Para além da igreja (originária do século XV), também o Palácio de São Marcos (construído em meados do séc. XX sobre as ruínas de um mosteiro quatrocentista) e as suas áreas envolventes foram objetos de alguns trabalhos de recuperação e reabilitação, que visaram cobertura, fachadas, alpendre, muros e pavimentos de acesso. “Para além da valorização patrimonial, artística e arquitetónica do conjunto, pretendeu-se também despertar e aumentar o interesse pela fruição dos espaços interiores e exteriores da Quinta de São Marcos em eventos culturais, religiosos ou de lazer”, conclui Fernando Marques, que – num exemplo de dedicação ao património da Universidade de Coimbra – continuou a acompanhar as obras mesmo depois de ter ficado oficialmente reformado, em agosto de 2018.

Mais informações sobre o Palácio de São Marcos e a sua igreja estão disponíveis aqui.

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