Investigadora da UC premiada na 19.ª edição das Medalhas de Honra L’Oréal para as Mulheres na Ciência
O trabalho da investigadora foca-se no regenerar das células da retina para devolver a visão às pessoas com glaucoma.
Raquel Boia, segunda investigadora a contar do lado direito (de fato branco), é investigadora do iCBR da Faculdade de Medicina da UC
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Raquel Boia, investigadora do iCBR - Instituto de Investigação Clínica e Biomédica de Coimbra, da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, foi uma das quatro vencedoras das Medalhas de Honra L’Oréal para as Mulheres na Ciência. O projeto premiado está ligado ao regenerar das células da retina para devolver a visão às pessoas com glaucoma.
“Já identificámos que a ativação de um recetor presente nas células ganglionares da retina é capaz de lhes conferir proteção”, explica a investigadora, que vai agora avaliar se este recetor – o A3 de adenosina – consegue promover a regeneração dos axónios destas células e integrá-los de novo no sistema visual, para que o nervo ótico volte a ter capacidade para transmitir a informação visual ao cérebro.
Neste trabalho, Raquel vai recorrer também a uma estratégia diferenciadora para levar a medicação até à retina, onde ela precisa de atuar: um implante intraocular biodegradável. “Futuramente, este implante poderá substituir as múltiplas injeções intravítreas, que são hoje necessárias no tratamento das doenças crónicas da retina”.
Apesar de haver um longo caminho a percorrer, a nova abordagem de Raquel Boia amplia o conhecimento sobre as possibilidades de regeneração do sistema visual das pessoas com glaucoma, contribuindo para um objetivo maior – o de uma terapia que possa devolver a visão já perdida a milhões de pessoas.
As Medalhas de Honra L’Oréal Portugal para as Mulheres na Ciência, distinguiram ainda a investigação de Andreia Trindade Pereira (i3S - Universidade do Porto), de Joana Sacramento (Nova Medical School - Universidade Nova de Lisboa) e de Sara Peixoto (Universidade de Aveiro).
As quatro investigadoras, já doutoradas e com idades entre os 31 e os 35 anos, foram selecionadas por um júri científico, presidido por Alexandre Quintanilha. Cada uma é reconhecida com um prémio individual de 15 mil euros, que vai apoiá-la na sua pesquisa, motivá-la a prosseguir e a inspirar uma ciência mais equitativa.
A cerimónia de entrega das Medalhas teve lugar a 10 de maio, no Pavilhão do Conhecimento, Parque das Nações, Lisboa.
Mais informações em: https://www.loreal.com/pt-pt/portugal/news/commitment/for-women-in-science-loreal-unesco-2023/.
