Novo ciclotrão de energia variável é protagonista no dia do 10.º aniversário do ICNAS

26 abril, 2019≈ 4 mins de leitura

O Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS) da Universidade de Coimbra celebrou 10 anos de existência com a inauguração de um ciclotrão de energia variável (um acelerador de partículas inovador a nível mundial) desenvolvido nos últimos meses em cooperação com a multinacional belga IBA (Ion Beam Applications).

Coube ao Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, as honras da inauguração. O governante fez questão de destacar a relevância do trabalho desenvolvido no ICNAS, “um projeto que nos deve orgulhar”, enalteceu. Adiantou ainda que o Instituto poderá vir a contribuir para um dos objetivos do Governo que pretende que “Portugal, venha a integrar, no próximo ano, a rede dos seis principais hospitais e centros de investigação clínica na área do cancro, a chamada Europe Cancer Core“. Propósito esse que deve, segundo o Ministro, envolver a articulação dos centros de investigação, faculdades de medicina e outras instituições nacionais. Deve-se “atingir e partilhar a ambição europeia que é reduzir na próxima década o número de mortes por cancro”. Manuel Heitor terminou deixando os votos para que “daqui a 10 anos haja ainda mais atividade em desenvolvimento” e frisou por várias vezes o principio de que “a ciência cura”.

Dez anos de uma história que “começou há 25 anos atrás”, referiu também o atual diretor do ICNAS, Antero Abrunhosa durante uma breve apresentação da história do Instituto. “Passar do diagnóstico para a terapêutica” é o desafio para os próximos tempos, avançou o investigador.

O novo ciclotrão vai otimizar a produção de Gálio-68, um dos isótopos para diagnóstico de cancro fabricados no ICNAS, através de um processo pioneiro patenteado por esta unidade orgânica da UC e comercializado pela IBA. A apresentação do equipamento esteve a cargo do investigador Francisco Alves, coordenador do projeto. Com este ciclotrão “aumentamos não só a capacidade geral de produzir radiofármacos mas também temos o objetivo específico de potenciar o valor do gálio, entre outros”, destaca o Reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão. Para o responsável, a saúde é uma área estratégica que deve ser encarada “numa perspetiva interdisciplinar”.

Durante a sessão foi ainda feita uma visita às áreas clínica e pré-clínica do ICNAS, onde foram apresentados, pelos investigadores Miguel Castelo-Branco e Antero Abrunhosa, os projetos de Imagem Médica e PET Cerebral de Alta Resolução, ambos em curso no ICNAS e em estreita colaboração com o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e com o Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP).

Em 10 anos de vida, o Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde já desenvolveu processos de produção para mais de 20 moléculas (com utilização clínica e de investigação em PET) e é a instituição de referência mundial na produção dos radiofármacos baseados em Gálio-68, Cobre-64 e Cobre-61 utilizando alvos líquidos.

 

F. Fernandes e Milene Santos

 

 

 

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