Prémio Joaquim de Carvalho atribuído a obra de Ana Cristina Araújo: entrega do galardão realiza-se segunda-feira

Obra "Resistência Patriótica e Revolução Liberal 1808-1820" foi distinguida pelo "texto maduro e coerente, com uma narrativa fluida, revelando perspetivas menos comuns e inovadoras da história da época em causa".

15 dezembro, 2023≈ 2 mins de leitura

A obra Resistência Patriótica e Revolução Liberal 1808-1820, de Ana Cristina Araújo, é a vencedora da 14.ª edição do Prémio Joaquim de Carvalho, instituído pela Imprensa da Universidade de Coimbra (IUC). O galardão vai ser entregue numa cerimónia na segunda-feira, dia 18, a partir das 12h00, na Sala do Senado da UC.

O Prémio Joaquim de Carvalho, no valor de 3000 euros, distingue trabalhos de investigação ou divulgação científica que tenham sido publicados pela Imprensa da Universidade de Coimbra no ano imediatamente anterior [a 14.ª edição reporta a obras editadas em 2022]. Este galardão, atribuído por um júri multidisciplinar, homenageia uma figura ímpar da história da IUC: Joaquim de Carvalho, ilustre académico humanista, republicano e demoliberal, foi o último administrador da Imprensa da UC antes da extinção decretada em 1934 pelo então primeiro-ministro António de Oliveira Salazar [a IUC só seria reativada em 1998].

A cerimónia de entrega do Prémio Joaquim de Carvalho vai ter intervenções da Diretora da Imprensa da UC, Carlota Simões, da autora premiada, Ana Cristina Araújo, e do Reitor da UC, Amílcar Falcão.

Sobre a obra premiada:

O livro centra-se na história política e das ideias e explora discursos de um tempo marcado pela eclosão e pela memória da Revolução Francesa. A autora adota uma perspetiva transnacional e mostra que a temporalidade revolucionária, reavivada pelas campanhas napoleónicas na Península Ibérica, foi revestindo manifestações polissémicas e conflituais. Explora também os fatores convergentes do processo político peninsular e, na enunciação conflitual do campo político, confirma a permanência de crenças e símbolos profundamente enraizados na sociedade portuguesa. Estes aspetos são estudados no contexto social, cultural e institucional do início do século XIX em Portugal. O livro convida à revisitação e revisão crítica de questões centrais e surge no quadro da evocação do Bicentenário da Revolução de 1820 e do Constitucionalismo Português.

O júri, na sua apreciação, valorizou o facto de o livro escolhido apresentar um texto maduro e coerente, com uma narrativa fluida, revelando perspetivas menos comuns e inovadoras da história da época em causa. A obra conjuga de forma original diferentes linhas de pesquisa, atores e agentes menos tratados na história, dialogando com outras interpretações a partir de diversas fontes. A autora revela uma visão abrangente, situando os acontecimentos locais no panorama geopolítico e internacional da época, constituindo um contributo ineludível para futuras investigações.

Sobre a autora:

Ana Cristina Araújo é doutorada em História Moderna e Contemporânea, professora associada com agregação aposentada da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e investigadora do Centro de História da Sociedade e da Cultura. Tem-se dedicado à investigação em História das Ideias e da Cultura, séculos XVIII e XIX. Participou em mais de 70 obras coletivas e tem publicado numerosos artigos, em revistas nacionais e estrangeiras de referência. É autora, entre outros, dos livros A morte em Lisboa. Atitudes e Representações (1700-1830); A Cultura das Luzes em Portugal. Temas e Problemas; O Terramoto de 1755. Lisboa e a Europa; Memórias Políticas de Ricardo Raimundo Nogueira (1810-1820). Coordenou dois volumes sobre a Universidade Pombalina, um dos quais em colaboração com Fernando da Taveira Fonseca, e, mais recentemente, com Miriam Halpern Pereira, coordenou e foi coautora do livro Gomes Freire de Andrade e as Vésperas da Revolução de 1820.

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