Centro de Documentação TAGV quer ser “uma ponte entre a criação e a investigação”

Abertura e apresentação pública do Centro de Documentação decorreram a 1 de julho, com a presença do Vice-Reitor para a Cultura e Ciência Aberta da UC, Delfim Leão, e o Diretor do TAGV, Fernando Matos Oliveira.

02 julho, 2021≈ 4 mins de leitura

© UC | Marta Costa

O Centro de Documentação TAGV é “algo que permite aos criadores contemporâneos ter uma relação ativada e ampliada com a questão da memória e do arquivo”, acredita o diretor do Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV), Fernando Matos Oliveira. O responsável refere que, ao disponibilizar “este histórico, fazemos uma ponte entre a criação e a investigação. Desta forma os alunos podem prosseguir os seus estudos e investigação aqui, trabalhando aqui”.

Apresentado em julho, o Centro de Documentação TAGV é uma entidade que tem como principal objetivo documentar e preservar o histórico “da vida social, cultural, artística, da região e do País”, afirma Fernando Matos Oliveira. “É parte de um esforço que estamos a fazer, e ajudados outras entidades, como organismos autónomos, de trabalhar e por em ordem, os arquivos que residem na academia no geral”. De acordo com o diretor do TAGV, o centro assume-se também como o “pagamento de uma dívida” à Universidade, ao organizar o arquivo do teatro.

O centro reúne materiais desde a inauguração do TAGV, em 1961, como materiais de divulgação, do processo de produção e programação, correspondência, organização de espetáculos, entre outros. Há ainda alguns materiais de figurinos e de cena, revela ainda Fernando Matos Oliveira., sublinhando a importância dos “materiais que dialogam entre si” e que são precisos preservar.

Como arquivo vivo e ainda em desenvolvimento, o responsável defende que “a ideia é criar espaços que viabilizem processos de investigação e criação, e deve ter a capacidade de produzir discurso para o espaço público e capacidade de intervenção”.

Com o desafio da transição digital surge um desafio que o Vice-Reitor para a Cultura e Ciência Aberta da UC, Delfim Leão considera também uma oportunidade: “revisitar todos os arquivos e dar-lhes uma nova vida, tornando-os acessíveis a um público mais amplo e permitindo que este entre nas práticas de investigação que afete e que dê uma oportunidade desse arquivo ser valorizado por essa via”. Para o Vice-Reitor, um centro de documentação como o do TAGV “responde diretamente a esse apelo”.

Delfim Leão acredita que “a inovação é essencial” e o apelo à inovação, na Universidade de Coimbra, “tem a vantagem em basear-se num grande conhecimento do passado”. O responsável afirma que, o Centro de Documentação TAGV vai “transformar por completo a forma de lidar com a documentação, a vai valorizar e tornar acessível a um público mais amplo”.

 

Sobre o Centro de Documentação TAGV:
O Centro de Documentação TAGV pretende documentar e ilustrar as atividades artísticas desenvolvidas desde a inauguração do teatro, em 9 de setembro de 1961. Em processo contínuo de atualização, o Centro desenvolve trabalhos de preservação de arquivos de teatro, sendo um espaço de pesquisa sobre artes performativas, incluindo investigadores, alunos e estagiários da Universidade de Coimbra, e de outras instituições, bem como parcerias com o Curso de Estudos Artísticos, o Centro de Estudos Interdisciplinares do Séc. XX e Organismos da AAC com atividade na área das artes performativas.

 

Marta Costa e Karine Paniza
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