Memórias de um Tsunami

25 maio, 2015≈ 3 mins de leitura

© UC | Simone Silva

Uma tragédia representada em imagens. Passados dez anos na escuridão, são reveladas cenas capturadas por uma câmara analógica e pelo olhar atento de alguém que representou Portugal numa missão humanitária internacional. As cenas podem agora ser vistas na exposição “Tsunami em Banda Aceh [2004/2005]”, registadas por Luís Costa, doutorando em Antropologia na Universidade de Coimbra (UC).

O resgate histórico, através de fotografias, do tsunami que vitimou milhares de famílias de uma província isolada da Indonésia, chamada Banda Aceh, marca a passagem do décimo aniversário desse desastre natural. Uma data que, apesar de remeter às recordações da catástrofe, é celebrada por muitos como uma conquista pela paz.

Era uma paisagem surreal, dantesca de destruição

Em 2004, Banda Aceh era uma província pobre, mas com grandes riquezas, como petróleo e gás natural. Nessa altura, surgiu o “Movimento Aceh Livre”, que lutava pela independência da região contra o governo. “Muitas das pessoas hoje colocam o tsunami como tendo sido uma benção, porque foi a partir dele que as partes tentaram conversar para uma forma de entendimento. E como resultado, até hoje dura a paz”, afirma Luís Costa.

Decorridos quase cinco meses do tsunami, o fotógrafo constatou de perto com as consequências que transformaram o cenário urbano de Banda Aceh. “Era uma paisagem surreal, dantesca de destruição, com casas que, por efeito das ondas, adquiriram aspecto quase irreal”, relembra o autor da exposição.

“Tsunami em Banda Aceh [2004/2005]” está patente até o dia 30 de maio, no Colégio São Bento, localizado no Departamento de Antropologia da UC. A exposição está inserida nas comemorações dos 725 anos da UC e representa também uma correspondência com outras datas marcantes como os 260 anos do terremoto que destruiu Lisboa em 1755.

 

Reportagem realizada por  Thaíssa Neves e Simone Silva, estudantes de Jornalismo da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

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