Documentário inédito de Max Stahl exibido na Universidade de Coimbra

O filme documental vai ser exibido a 13 de dezembro durante a sessão evocativa “Timor, imagens e palavras que mudaram o mundo”. Assista também aqui à entrevista exclusiva com Max Stahl.

13 dezembro, 2016≈ 5 mins de leitura

© UC | François Fernandes

“A Língua, a Luta, a Nação” é o título do documentário inédito de Max Stahl que vai estrear na Universidade de Coimbra.

O trabalho vai ser exibido a 13 de dezembro, no Teatro Académico de Gil Vicente, durante a sessão evocativa “Timor, imagens e palavras que mudaram o mundo”, que assinala os 20 anos da atribuição do Prémio Nobel da Paz a José Ramos-Horta e Ximenes Belo e dos 25 anos do massacre de Santa Cruz.

“Timor, imagens e palavras que mudaram o mundo” é uma iniciativa da Universidade de Coimbra que evoca os 25 anos do massacre de Santa Cruz, dado a conhecer ao mundo pelas filmagens de Max Stahl, e os 20 anos do Nobel da Paz atribuído a Ximenes Belo e José Ramos-Horta. A iniciativa serve ainda como uma homenagem a Max Stahl, Ximenes Belo e José Ramos-Horta.

Assista à entrevista exclusiva da UC a Max Stahl a propósito dos 25 anos do massacre de Santa Cruz.

 

Christopher Wenner, mais conhecido como Max Stahl, nasceu a 6 de dezembro de 1954 no Reino Unido. É jornalista e repórter de guerra. No entanto, a sua carreira na comunicação começou com algo diferente: apresentador do programa infantil britânico Blue Peter.

Em 1985 vai trabalhar como repórter de guerra para Beirute. Nessa altura chegou a estar desaparecido durante 18 dias.

Em 1991 vai para Timor onde vive e documenta um dos momentos mais dramáticos do país: o massacre no cemitério de Santa Cruz, em Díli. Nessa altura, e mesmo com a vida em risco, Max Stahl, não parou de filmar os horrores que se viviam e chegou mesmo a ter de esconder as cassetes dentro de uma vala no cemitério, já que era a única forma de as proteger. Foi apanhado pelas tropas indonésias, e mesmo nesses momentos, continuou sempre a filmar. Como relata o próprio “quando os indonésios começaram descaradamente a matar, a esfaquear, a bater, claro que eu tinha que filmar, e para mim não era uma escolha”. As imagens do massacre correram o mundo e mudaram para sempre a história do país.

Em 1999 regressa a Timor, e é nessa altura que adota o nome de Max Stahl, por razões de segurança. No ano seguinte, recebe o Rory Peck Award, um prémio atribuído a operadores de câmara freelancer que colocam a vida em risco em reportagem. Este foi apenas um dos muitos prémios que lhe foram concedidos devido ao seu trabalho em zonas de conflito (Balcãs, El Salvador, entre outros).

Max Stahl criou, em Timor, o Centro Audiovisual Max Stahl em Timor-Leste (CAMSTL) onde guarda os seus arquivos com as imagens que tem vindo a captar ao longo dos últimos 25 anos. Esse arquivo foi considerado pela UNESCO como Registo da Memória do Mundo.

 

 

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