O Fantasma da Liberdade na 5.ª edição do Anozero - Bienal de Coimbra
De 6 de abril a 30 de junho, cerca de 40 artistas em oito espaços da cidade evocam O Fantasma da Liberdade.
O Fantasma da Liberdade, tema da edição de 2024 do Anozero – Bienal de Coimbra, surge inspirado no filme com o mesmo nome, do cineasta espanhol Luis Buñuel, lançado em 1974. O tema permite “deslocar aquilo que poderia ser uma celebração [50 anos do 25 de abril] para um processo muito mais dinâmico”, conta a curadora do Anozero – Bienal de Coimbra, Marta Mestre, favorecendo assim o diálogo com “outros processos revolucionários do século XX, como por exemplo o Manifesto Surrealista”.
Da lista de 39 artistas, nem todos são contemporâneos. Existem artistas históricos, entre os quais Túlia Saldanha, Clara Menéres ou Robert Filliou, que “nos ajudam a perspetivar uma espécie de relação com o passado que é dinâmica”, explica Marta Mestre.
O Fantasma da Liberdade “vai sobrevoar a bienal com pequenos gestos e figuras”, conta o também curador do Anozero – Bienal de Coimbra, Ángel Calvo Ulloa. O núcleo central concentra-se no Mosteiro de Santa Clara-a-Nova. A este juntam-se mais sete espaços da cidade: o Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC – Sede e Sereia), a Sala da Cidade, a estação de Coimbra-B e, na Universidade de Coimbra (UC), o Jardim Botânico, o Colégio das Artes e o Pátio das Escolas.
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“Pela primeira vez, haverá uma instalação no coração da própria Universidade”, destaca o Vice-Reitor da UC para a Cultura e Ciência Aberta, Delfim Leão. O artista angolano Yonamine é o escolhido para o Pátio das Escolas, e vai trazer uma instalação que “dialoga com a história do local, nomeadamente com esses vários estratos históricos, o romano, o árabe, o moçárabe e outros”. O Pátio das Escolas, “uma janela ampla sobre o Mondego”, como o define Delfim Leão, “convida-nos também a pensar no drama que todos os dias se cruza no Mediterrâneo”.
Também presente na sessão de apresentação dos artistas, o presidente da autarquia, José Manuel Silva, não esconde as elevadas expetativas para a quinta edição do Anozero. “A cultura é indissociável de toda a vivência desta cidade”, defende. O autarca garante ainda que “estas três forças vivas [Círculo de Artes Plásticas, Universidade de Coimbra e Câmara Municipal de Coimbra] continuam bem unidas no objetivo de fazer crescer a Bienal, que é já uma marca da cidade”.
Em paralelo existe ainda um programa convergente que "superou todas as expetivas", adianta o diretor do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, Carlos Antunes. "Teremos mais de 40 projetos, quase todos autopropostos, de instituições e privados, o que dá bem conta da inscrição da Bienal na nossa cidade".
Conheça a programação completa do Anozero - Bienal de Coimbra aqui.
Lista de artistas por espaços (a itálico os artistas com obras comissionadas para a presente edição da Bienal)
Mosteiro de Santa Clara-a-Nova
Adam Pendleton (Estados Unidos)
Aline Motta + Ricardo Aleixo (Brasil)
Andrea Büttner (Alemanha)
Bárbara Fonte (Portugal)
Berio Molina (Espanha)
Carla Filipe (Portugal)
Castiel Vitorino Brasileiro (Brasil)
Daniel Barroca (Portugal)
Davi Pontes e Wallace Ferreira (Brasil)
Diego Bianchi (Argentina)
Filipe Feijão (Portugal/França)
Ilídio Candja Candja (Moçambique)
João Marçal (Portugal)
Luís Cília (Portugal)
Mauro Cerqueira (Portugal)
Patricia Gómez e María Jesús González (Espanha)
Priscila Fernandes (Portugal)
Robert Filliou (França)
Rosemarie Trockel (Alemanha)
Sandra Poulson (Portugal)
Susanne S. D. Themlitz (Portugal/Alemanha)
Teresa Lanceta (Espanha)
Yinka Esi Graves (Inglaterra)
Yonamine + Coleção do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra (Angola)
CAPC Sede
Bárbara Fonte Portugal)
Cildo Meireles (Brasil)
Clara Menéres (Portugal)
Coleção do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra
Maria Velho da Costa (Portugal)
Paula Siebra (Brasil)
Paulo Nazareth (Brasil)
Regina Silveira (Brasil)
Túlia Saldanha (Portugal)
Robert Filliou (França)
CAPC Sereia
Pedro G. Romero (Espanha)
Coimbra B
Adriano Correia de Oliveira + Rosalía de Castro (Portugal/Espanha)
Jardim Botânico
Jeremy Deller (Inglaterra)
Sala da Cidade
Teresa Lanceta (Espanha)
Pátio das Escolas
Yonamine (Angola)
Colégio das Artes
NEG (Nova Escultura Galega) (Espanha)