23 de janeiro de 1524 - O dia que nasceu Camões

A sessão teve lugar a 23 de janeiro na Sala de São Pedro da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra.

KP
Karine Paniza
24 janeiro, 2024≈ 2 mins de leitura

«O dia em que eu nasci, morra e pereça
Não o queira jamais o tempo dar,
não torne mais ao mundo e, se tornar,
eclipse nesse passo o sol padeça.» (Luís de Camões)

Passados 500 anos do dia em que se assume que terá nascido o poeta Luís de Camões, a Biblioteca Geral e a Imprensa da Universidade de Coimbra (BGUC e IUC) promoveram numa sessão, na Sala de São Pedro, onde se debateram as evidências bibliográficas da escolha do dia 23 de janeiro como o dia do nascimento do escritor.

Foram dois livros da IUC que “nos permitiram chegar a este resultado”, explica a diretora da Imprensa da Universidade de Coimbra, Carlota Simões. Uma compilação de poemas de Camões, a “Lírica de Camões”, publicada em 1932 e que contém o poema “O dia em que eu nasci, morra e pereça” e o trabalho de Luciano Pereira da Silva, “A astronomia dos Lusíadas” publicado pela IUC em 1915”.

A partir dos dois exemplares, Carlota Simões explicou o processo de “procurar efemérides astronómicas, consultar tabelas de eclipses e depois, determinar a data de nascimento de Luís de Camões, com uma precisão muito superior à que é oficialmente conhecida, ou seja, nasceu por volta de 1524 ou 1525”

Este conteúdo é reproduzido a partir de uma fonte externa e não está disponível porque o seu navegador tem os cookies bloqueados.

Eis o que pode fazer:

“O Eclipse e o Tempo: de hoje e de outrora” foi o tema abordado pelo Diretor do Observatório Geofísico e Astronómico da UC, João Fernandes, que teve como objetivo esclarecer como os eclipses solares e lunares seriam previstos, com grande precisão, no tempo de Luís de Camões.

“Os eclipses têm acompanhado a humanidade desde sempre”, afirma João Fernandes. O docente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra destaca que a componente interessante é que os próprios eclipses são “fontes de informação”, como por exemplo: informações sobre o sol, características do movimento do sistema solar e até da “melhoria que nós podemos trazer aos nossos modelos da física através da observação dos eclipses”.

Encerrou a sessão a comissária para o quinto centenário de Camões e professora catedrática da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Rita Marnoto, que abordou as referências a eclipses noutros livros relevantes editados naquela época.

Partilhe