Desporto e Ciência vencem o “jogo com protões”
Jogadores da Académica dão o pontapé inicial para o jogo onde a ciência e o futebol deixam de ser adversários.
À primeira vista, unir a ciência e o futebol parece uma missão impossível, mas o “jogo com protões” provou o contrário. A parceria entre a Associação Académica de Coimbra – Organismo Autónomo de Futebol (AAC/OAF) e o LIP – Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas trouxe para a Universidade de Coimbra (UC) o primeiro jogo de futebol onde a bola foi substituída por protões.
O evento foi promovido no âmbito da exposição “Partículas: do bosão de Higgs à matéria escura”, e contou com a presença de alguns jogadores da Briosa que provaram ser difícil, mas não impossível, rematar protões através de energia aplicada. “A diferença é muita”, afirma Nuno Piloto. O jogador e antigo estudante da UC explicou que uma das diferenças é o espaço ser “completamente diferente” do habitual. em que para jogarmos e para conseguirmos dar energia requer uma técnica que não estávamos à espera”.
Há fenómenos que ocorrem no futebol que podem ser explicados através da física e da química
“Foi uma iniciativa gira e foi bom estar presente, no meu caso particular também por ter pertencido, por ter feito parte da Universidade”. O antigo estudante de Bioquímica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC acredita que, apesar da experiência mostrar “uma visão diferente daquela que estamos habituados”, o futebol e a ciência não são adversários. “Há fenómenos que ocorrem no futebol que podem ser explicados através da física e da química e toda esta ligação é interessante”, destaca.
Também o presidente da AAC/OAF, José Eduardo Simões, acredita nas vantagens da união. “O futebol pode ser talento e imaginação no princípio, mas o talento e a imaginação precisam de qualquer coisa mais. Precisam do trabalho e o trabalho precisa sempre da ciência”. “Se um atleta não souber rematar uma bola com certeza tem lesões. Como é que a ciência contribui? Contribui capacitando para melhorar as suas qualidades”, acrescenta José Eduardo Simões.
Marcando golos com protões, tanto a ciência quanto o futebol ganharam o jogo. O evento ocorreu a 13 de abril, no Colégio de Jesus do Museu da Ciência da UC.
Para saber mais sobre a exposição, veja aqui a reportagem.
Imagens do jogo de protões com os jogadores da AAC/OAF no Museu da Ciência da UC:
Reportagem de Ana Zayara, estudante de Jornalismo e Comunicação na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.