Recordar os Salatinas, uma "memória em risco"
“Memórias em Risco: os Salatinas, 80 anos após o plano da Alta” aproximou antigas e novas gerações, num encontro realizado no âmbito das Comemorações dos 10 anos de inscrição da Universidade de Coimbra, Alta e Sofia na Lista do Património Mundial da UNESCO.
Luísa Trindade, docente da Faculdade de Letras da UC, acompanhada por Amílcar Falcão, Reitor da Universidade de Coimbra (à direita) e José Manuel Silva, Presidente da Câmara Municipal de Coimbra (à esquerda).
© UC l Ana Bartolomeu
Oito décadas depois do plano para a construção da cidade universitária, intervenção que derrubou parte da Alta de Coimbra, é agora dada voz aos Salatinas, nome pelo qual eram conhecidos os que ali habitavam. O encontro “Memórias em Risco: os Salatinas, 80 anos após o plano da Alta” aproximou antigas e novas gerações, num momento de partilha de testemunhos na primeira pessoa.
"Os nossos valores de hoje não são os mesmos de há 50 ou 500 anos", lembra o Reitor da Universidade de Coimbra (UC). Numa referência à saída forçada dos Salatinas da Alta, Amílcar Falcão considera que deve ser sempre tida em conta "a perspetiva histórica". "Quem cá estava achou que era a melhor resolução", acrescenta.
Integrado nas Comemorações dos 10 anos de inscrição da Universidade de Coimbra, Alta e Sofia na Lista do Património Mundial da UNESCO, o encontro decorreu no Colégio das Artes da UC. O debate contribuiu para dar nova visibilidade a patrimónios materiais desaparecidos e, ao mesmo tempo, preservar patrimónios imateriais em risco.
Na opinião do presidente da autarquia de Coimbra, José Manuel Silva, é importante "preservar as nossas memórias históricas". O autarca considera que Coimbra tem "um potencial imenso" de se catapultar "para um futuro de afirmação, de personalidade e de alma a nível nacional e internacional".
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Eis o que pode fazer:
O encontro juntou corpo docente e investigadores, antigos e antigas Salatinas e ainda grupos artísticos. Além da apresentação de um breve filme que regista as memórias Salatinas, houve espaço para a exibição de uma performance da associação Catrapum Catrapeia e para a atuação do Grupo Folclórico da Casa do Pessoal da UC.
O programa completo das comemorações do 10.º aniversário da classificação UNESCO – com organização da Associação RUAS (Recriar a Universidade, Alta e Sofia), da Universidade de Coimbra e da Câmara Municipal de Coimbra e com apoio da Direção Regional de Cultura do Centro – está disponível em www.uc.pt/10unesco.